Ontem, durante reunião da Comissão de Agricultura do Senado, o vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil, Osmar Dias, confirmou a existência das fraudes no Rio Grande do Sul envolvendo créditos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), do governo federal. O esquema é investigado desde 2012 pela Polícia Federal.

Conforme o Portal G1, oito funcionários do banco em Santa Cruz do Sul, no Vale do Rio Pardo, já foram afastados. Até o final da sindicância interna, que deve ser concluída até 31 de maio, o número de funcionários envolvidos deve chegar a 50. A força-tarefa criada pelo Banco do Brasil analisou as 4226 operações de crédito realizadas via Aspac envolvendo um total de 1493 produtores. Desses, pelo menos, 218 foram lesados, alguns em mais de um contrato.

Os trabalhadores faziam o financiamento através do Pronaf, utilizando a Associação Santa-Cruzense dos Agricultores e Camponeses (Aspac) para intermediar a ação em duas agências do Banco do Brasil na região. Parte dos financiamentos liberados era desviada para contas pessoais de membros da Aspac e do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), indicam as apurações. A situação fazia os produtores assumirem as dívidas.

Osmar Dias disse que ainda não é possível precisar o valor total do prejuízo, mas não são os R$ 88 milhões divulgados inicialmente. Esse montante se refere a todos os contratos realizados via ASPAC no período de dezembro de 2006 a dezembro de 2014.

Entre os indícios encontrados até o momento estão de fraude na Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), desvio de finalidade dos recursos, dossiês de operações não localizados, liberação de recursos para terceiros sem autorização e liberação de recursos na conta da Aspac.Osmar Dias reforçou ainda que o maior interessado que o caso seja esclarecido é o Banco do Brasil.