As últimas semanas não têm sido boas para a região fumicultora do Sul do País, principalmente na região do Vale do Rio Pardo. Além das chuvas que têm castigado as lavouras de tabaco, a grande incidência de granizo também deixa a diretoria da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) muito preocupada. Na atual safra, o número de registros chega ao impressionante número de 14.386 lavouras de tabaco atingidas, contra 2.949, no mesmo período da safra 2014/15.
Esta forte incidência de granizo registrada nesta safra, faz com que muitos fumicultores temam pelo futuro do sistema mutualista da Afubra ou seja, eles temem que o mesmo quebre e eles fiquem sem receber a indenização das lavouras danificadas. O sistema foi iniciado no dia 5 de novembro de 1956 e foi criado principalmente por causa do granizo, onde os fumicultores não tinham apoio nenhum para pagarem as suas dívidas.
Para o presidente da Afubra Benício Albano Werner, o momento não é de se desesperar, pois geralmente a incidência de granizo é maior no início e, no fim da safra, praticamente não ocorre. Werner frisa que a Afubra sempre trabalha com um fundo de reserva e nos últimos anos, a entidade aumentou a contribuição porque este fundo de reserva vinha sendo utilizado. “Estamos, preocupados, sim, mas não a tal ponto de não termos condições de pagar todas as indenizações, a não ser que haja uma catástrofe ou uma incidência o dobro ou triplo maior daquelas ocorridas até o momento”, salienta.
Na Safra 2013/14, conforme o relatório anual da Afubra, o sistema mutualista registrou 104.675 contratações nos três estados do Sul. Em Venâncio Aires, foram aproximadamente 4,5 mil, e a expectativa é que chegue ao mesmo percentual nesta safra.O associado que ainda não fez a inscrição da sua lavoura de tabaco no Sistema Mutualista da Afubra tem até o dia 31 de outubro. A lavoura está segurada a partir do dia seguinte da inscrição.