Em audiência pública realizada na manhã de ontem, 7, pela Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo (CAPC) da Assembleia Legislativa do Estado, parlamentares e entidades representativas da cadeia produtiva do fumo defenderam a melhoria no preço e na forma de classificação do produto no Rio Grande do Sul.
De acordo com o deputado Marcelo Moraes (PTB), que propôs a audiência juntamente com Zé Nunes (PT), foi lamentável a ausência das indústrias no debate. “O mais importante é ouvir o produtor, mas o mais curioso seria ouvir a indústria. Qual a justificativa para pagarem tão pouco nesta safra se mais de 80% do nosso tabaco é exportado e o pagamento se dá em dólar, moeda que está em alta?”
Moraes também pediu que a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) e demais entidades, que anualmente se reúnem com as empresas, priorizem a discussão sobre a classificação do tabaco e, em paralelo, o preço.“Pois não adianta aumentar 6% de um ano para o outro se o produto for rebaixado na classificação.”
O parlamentar também defendeu que os técnicos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) não apenas façam relatórios para a Afubra, mas atuem concretamente e com prerrogativa para mediar as negociações entre produtores e empresas. Como afirmou o parlamentar, o baixo valor pago pelas empresas aos fumicultores impacta em diversos setores da economia dos municípios que dependem dessa cultura.
NEGOCIAçõES
O gerente de Assuntos Corporativos da Afubra, Marco Antônio Dornelles, explicou que o preço do tabaco é negociado utilizando critérios como custos de produção e reajustes relativos aos anos anteriores. Ele informou que na última safra a correção negociada com três empresas foi de 6,4%, mas que até o momento, com aproximadamente 55% da safra já negociada, os valores acordados não estão sendo cumpridos.
O representante da Afubra adiantou que na próxima reunião da entidade será solicitado que os produtores de tabaco reduzam a produção da próxima safra como forma de buscar a elevação do preço do produto.
Gilceu Antônio Cipolatti, representante da Emater, ressaltou que a entidade atua como mediadora na negociação entre produtores e empresas, sempre buscando a valorização do produto. Ele esclareceu que a entidade que representa não participa da definição do preço do tabaco.