Em tratativas desde o início do ano, a fusão entre o Democratas (DEM) e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) é alvo de discussões. A proposta avaliada pelas direções nacionais dos partidos, não tem garantido apoio de todos os filiados. A definição sobre o acordo deverá ocorrer até setembro.
A Executiva do DEM é favorável a fusão, por 21 votos contra quatro em reunião realizada na última terça-feira, 7. Entretanto, os membros do PTB optaram em adiar a votação sobre o tema. Pela iniciativa, o novo partido adotará o nome PTB e o número 25, que pertence ao DEM. Se confirmada a união de siglas, a bancada deve ter 43 deputados e sete senadores, partindo da expectativa de que o novo partido perderá quatro deputados e um senador de Pernambuco. A nova sigla se posicionará na oposição. Mas alguns de seus militantes preveem que haverá divisão, pois na Câmara Federal o DEM é de oposição e o PTB governista. Em Venâncio Aires a situação se inverte. Por aqui, os democratas integram o governo municipal e o trabalhistas fazem oposição.
No entanto, mesmo o seu partido sendo favorável a fusão, o presidente local do DEM, João Stahl, confirma que sairá da sigla se a medida for confirmada. “Nunca seria favorável a esta proposta, somos oposição ao governo PT, e sempre serei. Se ocorrer a unificação irei buscar abrigo político em outra sigla.”Se ocorrer a união dos dois partidos, em Venâncio Aires, o partido liderado por Celso Krämer teria que se unir com a sigla de Stahl, que atualmente faz parte da bancada governista. “Junto com o PSDB e PPS, o DEM são os maiores partidos de oposição no governo federal e por isso é fundamental que esta fusão não ocorra,” comenta o democrata.
Trabalhistas
Para o presidente do PTB em Venâncio Aires, Celso Krämer, a proposta de unificação das siglas objetiva unir forças no cenário político nacional. “Sou favorável e acredito que irá fortalecer os dois partidos. Sabemos que as siglas menores buscam unir forças, entretanto a decisão ficará com a direção nacional.”
Mesmo apoiando a proposta, Krämer afirma que a medida poderá trazer descontentamento para alguns filiados. “Como atualmente são dois partidos distintos, e com projetos políticos diferentes, certamente haverá perdas nos quadros políticos. A expectativa é que uma definição ocorra até setembro e finalização da união até outubro.”
Os dois partidos planejam promover convenções no início de maio e depois pedem registro ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).