Basta uma rápida olhada nas redes sociais para que se encontre, entre outras observações, a palavra “indignação”, quanto ao crescente abandono de animais. Embora eles sejam protegidos por lei, alguns humanos ignoram esta prerrogativa e continuam a abandonar os amigos de quatro patas, a qualquer hora, em qualquer lugar. Atitude que aumenta a preocupação das pessoas e ONGs que lutam pelo bem-estar animal.
ONG AMIGO BICHO
Entre estas, está a ONG Amigo Bicho, de Venâncio Aires. Segundo a presidente Naís Elisete de Andrade, os pedidos de resgates são diários e chegam da cidade, dos bairros e também do interior. “Se continuar nesta progressão vai ficar uma coisa sem controle”, alerta. No entanto, a presidente chama atenção para a adoção consciente. “Quando alguém adota um animal tem que haver a conscientização, a responsabilidade. E uma delas é que este animal não pode procriar, aí entra a necessidade da castração”, reforça. Embora o projeto de castração, por parte do Município, esteja ocorrendo, Naís destaca que, especialmente, a população canina continua crescendo. “É muito importante que as pessoas se conscientizem e façam a sua parte.”
NOTA FISCAL
Se por um lado, a presidente se mostra preocupada, por outra acredita que a ONG está fazendo a sua parte com a ajuda do programa Nota Fiscal Gaúcha. Valor que já contribuiu para que fossem realizadas 70 castrações, neste ano. Os procedimentos ocorreram entre os meses de janeiro a maio, quando terminaram os recursos. Naís contextualiza e multiplica este número por seis filhotes, caso ocorresse a procriação. “Isso em um primeiro plano, porque das fêmeas [filhotes] outros nasceriam e assim por diante. Isso dá uma progressão de milhares de animais. Sem contar aqueles que, por falta de cuidado dos tutores, também procriam”, relata.
ENQUANTO ISSO, JOVENS ADOTAM
O ‘Leão’, nome que ganhou do seu tutor, estava entre as estatísticas de cães abandonados, há um ano. Após sofrer um acidente na Rua Armando Ruschel, o cão foi socorrido por Gian Araújo, 26 anos. Depois de permanecer em um lar temporário, por algum tempo, fugiu do local e foi ao encontro do seu amigo. “Ele apareceu no meu local de trabalho, na rua que foi atropelado. Logo o reconheci e pronto. As visitas passaram a ser diárias”, conta Gian. A partir daí, o jovem começou a alimentá-lo e destinar os cuidados básicos, inclusive com antipulgas, mas Leão queria mais. À noite, quando Gian fechava o estabelecimento, lá ia o animal, a “mil atrás do carro”, destaca. O jovem, então não teve dúvidas que precisava adotá-lo.
Agora, no amplo pátio da casa dos pais, Sandra Mara dos Santos Araújo e Valdir Assis Araújo, as casinhas azuis, cuidadosamente construídas por seu Valdir, abrigam Leão ao lado de Tigrão, que já´ fora adotado e de ‘Culixinho, de 18 anos. Juntos, os dois mais ‘serelepes’ correm e brincam livremente, recebem o carinho do jovem e da família, além da adoção responsável. Já o ‘Culixinho’ que até ensaia as brincadeiras, um pouco mais devagar, tem seus aposentos especiais. Mas é sobre a história do Leão’, que Gian brilha o olhar’, embora o carinho seja dispensado a todos.
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