12 de junho de 1945, Dia dos Namorados. Há 76 anos, nascia uma linda, intensa e longa história de amor, que permanece até hoje. Foi neste dia que o destino fez com que dois olhares se cruzassem e, depois disso, se chegasse a 72 anos de casamento, completados no mês passado.
Foi em Linha Grão-Pará que Edgar, hoje com 94 anos, e Eugenia Weizenmann, 95, se encontraram pela primeira vez. No Dia dos Namorados de 1945, ele chegou na localidade com as malas em mãos para morar e trabalhar junto com o irmão em uma olaria. Como não sabia onde ficava, pediu informações para uma moça que passava pelo local. Mal sabia ele que seria com ela que compartilharia mais de 70 anos de sua vida.
Natural de Arroio do Meio, Edgar chegou em Venâncio Aires após uma temporada em Lajeado. Ele passava próximo da Capela São Judas Tadeu e não sabia onde ficava a casa do irmão, quando viu a futura amada. “Nos olhamos e cumprimentamos. Eu disse que ele podia ir comigo, pois a casa ficava junto da minha, foi amor à primeira vista”, conta Eugenia.
A propriedade procurada por Edgar era a da família de Eugenia, já que o pai dela tinha vendido a olaria. “Como a casa era muito grande, ficamos um tempo morando no mesmo lugar até a casa que meu pai estava construindo ficar pronta”, recorda.
Depois disso, os dois conversavam vez ou outra quando se encontravam na missa, aos domingos. Algum tempo depois, começaram a namorar. Diferente de hoje em dia, os namorados só podiam ficar junto da família. “Ele teve que pedir permissão para o meu pai para namorar e foi assim também para o noivado e casamento. Podíamos passear, mas só de tarde. Quando ficava noite era hora de ele ir embora. Eram tempos bonitos”, lembra.
LONGEVIDADE
Da vida longa e tranquila, o casal ressalta que o equilíbrio, sem exageros, é o principal ingrediente da receita da longevidade. “Nos cuidamos muito, temos uma vida sem exageros. Tudo ajuda a viver”, diz Edgar.
Ele comenta que os dois seguem uma rotina de exercícios físicos, mesmo que sentados e com limitações, mas não deixam de se movimentar. Eles acreditam que faz pelo menos 10 anos que não precisaram ir até o hospital.
“Eu poderia falar o dia inteiro sobre nossa vida”
Aos 95 anos, Eugenia salienta que a trajetória do casal é de, sobretudo, muita alegria e união. Por isso, poderia falar o dia inteiro sobre a vivência dos dois. Ela é de uma família de 12 irmãos, e ele sete, sendo que todos os outros já faleceram. Edgar e Eugenia tiveram quatro filhos: Paulo, Jorge, Pedro e Jonas, nove netos e quatro bisnetos.

Algo que o casal sempre gostou de fazer junto foi dançar. A música embalou muitos dos momentos de alegrias e descontração dos dois. Até hoje, Eugenia guarda com carinho o par de sapatos que usou no casamento.
Durante muito tempo frequentaram as sociedades, antigas reuniões dançantes, mas não deixavam de ‘arrastar o pé’ também em casa. O bom humor e a alegria também são virtudes essenciais elencadas por eles para tantos anos de convivência diária.
Sobre o segredo para tantos anos de casamento, ela ressalta: “A gente perdoa sem falar. Se um erra uma coisa, o outro perdoa, é mútuo. Não podemos ficar um sem o outro”, declara Eugenia.
Durante a trajetória o casal morou um tempo em Estrela e em algumas localidades do interior, mas há mais de 25 anos vive no bairro Morsch, em Venâncio Aires. “A maior felicidade sempre foi quando nascia um filho, todos rapazes. Eu sempre dizia que não importa se era menino ou menina, mas sim que eram perfeitos. Um tempo muito bonito”, conta.
Ao longo dos anos, Edgar exerceu diferentes atividades. Começou na olaria, trabalhou como pintor, agricultor, pedreiro, em fábrica de fogões e, por um período, empreendeu no negócio próprio, com uma fábrica de vassouras. Já Eugenia, a maior parte do tempo foi do lar, mas por 12 anos trabalhou como doméstica no Colégio Oliveira Castilhos.
“Acho que somos os namorados mais antigos das redondezas, um cuida do outro.”
EUGENIA WEIZENMANN
Esposa e namorada do Edgar
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