Histórias que marcaram o período de amamentação, dúvidas e dificuldades do aleitamento materno estão em evidência na Semana Mundial do Aleitamento Materno. A fim de incentivar o compartilhamento das experiências e desmistificar o assunto, a Folha do Mate divulga, ao longo da semana, relatos enviados por mamães de Venâncio Aires. A ação é uma parceria da empresa jornalística com profissionais do Centro Materno Infantil.
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Confira o relato de Jamile Carissimi, 33 anos:
“Tenho um filho de 4 anos, chamado Joaquim, que embora não tenha sido planejado, foi muito desejado e amado desde o descobrimento da gravidez. Sempre incentivei a amamentação, principalmente nos grupos de gestantes que acontecem na UBS, mas a real verdade é que não me informei o suficiente para o ‘meu momento’ de amamentação e passei por diversas dificuldades no início…
Tive um parto cesariana, sem intercorrências, o Joaquim nasceu superbem, forte e esperto! Num primeiro momento, tive dificuldade para oferecer o peito devido à anestesia, a posição de ficar deitada nas primeiras horas não me favoreciam para amamentar.
Durante a permanência no hospital, tive a ajuda e o incentivo da equipe de enfermagem, mas mesmo assim o Joaquim não pegou no peito. Eu sai completamente frustrada, mas estava tão ansiosa por amamentar que não pensei duas vezes….já iniciei com medicação para aumentar a produção de leite..sem me dar conta que o mais importante era que o bebê pegasse no peito.
Mais uma frustração…os seios estavam cheios mas nada do Joaquim mamar! Cada vez era mais difícil, o bebê não mamava, era oferecido fórmula, os familiares ‘palpitavam’ e a ideia de amamentar ficava cada vez mais distante.
Tive mastite, retornei ao hospital para esvaziamento dos seios, sofri, chorei…me senti impotente diante daquela situação. Passada uma semana do nascimento do meu filho, tudo estava acontecendo ao contrário do que eu imaginava, a maternidade real era bem diferente do que eu idealizava.
Na consulta com o pediatra, relatei toda a minha dificuldade para amamentar, meu sofrimento e minha frustração. Muito sensato, ele não me criticou nem questionou, apenas me ouviu. E naquele momento eu percebi que eu não queria ser vítima daquela situação, eu queria amamentar meu filho e tinha que buscar ajuda e informação.
Foi aí que por indicação de uma amiga, fui até o posto de saúde central e pedi para conversar com a enfermeira Daiana, contei tudo que estava acontecendo, pedi ajuda, falei do meu desejo de amamentar (mesmo que muitas pessoas duvidassem que poderia conseguir) e ela pediu para eu colocar meu filho no peito. Como num passe de mágica, o Joaquim pegou no meu seio. Ela tranquilizou e disse que eu estava no caminho certo…era só ter paciência que iria fluir naturalmente.
Eu saí dali me sentindo forte, empoderada. Comecei uma corrida contra o tempo, pois meu peito parecia vazio e eu queria produzir leite novamente. Colocava o Joaquim para mamar no seio e, após, oferecia fórmula, até quando no 15º dia de vida eu vi meu peito escorrer leite e tive uma sensação de glória! Eu estava alimentando meu bebê.
Enfim…a partir daí, nossa história fluiu. Amamentei até um ano e sete meses, e só parei porque o Joaquim não quis mais. Consegui superar as minhas dificuldades e pude usufruir dos sentimentos mais puros e intensos que a amamentação nos proporciona. Tenho muito orgulho da nossa história!”