
Nos últimos anos, Venâncio Aires sofreu com estiagens e grandes enchentes, que afetaram tanto a região urbana quanto o interior do município. Por conta disso, a Administração Municipal prepara projetos para adaptar a Capital Nacional do Chimarrão para a emergência climática, que atinge todo o mundo.
Segundo o prefeito Jarbas da Rosa, está em desenvolvimento um projeto de macrodrenagem, liderado pelas secretarias de Planejamento e Urbanismo, de Infraestrutura e Serviços Públicos e de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Bem-Estar Animal, onde estão sendo mapeadas e revistas todas as tubulações, com imagens, para um diagnóstico minucioso. “É um grande desafio, que deve ficar entre R$ 40 milhões e R$ 50 milhões. Assim que forem finalizados os dados, vamos apresentá-los, provavelmente nas próximas semanas”, acrescentou, em entrevista ao programa Terra em Uma Hora, da Rádio Terra FM.
O objetivo é inscrever o projeto no novo PAC Seleções do Governo Federal, que disponibilizará recursos em cinco eixos: saúde, educação, mobilidade, qualidade de vida e acesso a direitos. Os trabalhos, conforme o projeto que vem sendo elaborado, devem ser direcionadas à sanga do Cambará (próximo à sede do Esporte Clube Guarani), canalização no bairro Aviação (próximo à empresa China Brasil Tabacos) e canalização na rua Sete de Setembro.
O chefe do Executivo enfatizou, ainda, que a região urbana triplicou de tamanho desde a última obra de macrodrenagem, realizada há cerca de 60 anos, e que este projeto será realizado simultaneamente com os de microdrenagens em sangas, galerias e no arroio Castelhano. “Nossa ideia é levar este como um programa de Município, e não de governo. É um trabalho para cinco a dez anos, por isso precisamos de garantia de continuidade”, completou.
Jarbas afirma que é um “corrida contra o tempo”
Jarbas explicou que a emergência climática ocasiona que a temperatura prevista para 2040 ocorra ainda em 2025 e, em decorrência disso e de outros fatores, todos estão “correndo contra o tempo” para buscar soluções para melhor enfrentar essas mudanças.
Conforme ele, recentemente, uma pesquisa realizada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) apontou que o estado tem, em média, 38 dias de calor acima da média por ano e que, até 2040, a projeção é que sejam 68 dias com essa característica. O mesmo estudo destaca que deve ocorrer aumento das chuvas, entre 150 e 200 milímetros por ano, em pequenos períodos mais intensos e alternados com estiagens e dias quentes. “Precisamos preparar a nossa população e o município para o novo normal”, disse Jarbas.
Atualmente, as secretarias de Desenvolvimento Rural, de Infraestrutura e Serviços Públicos e de Habitação e Desenvolvimento Social, junto da Defesa Civil municipal, distribuem caixas d’água para moradores de localidades que sofrem com a estiagem. “Foram 45 dias sem chuvas e já tivemos a necessidade de dois caminhões-pipa distribuindo água”, comentou. O planejamento é que estas secretarias trabalhem em um programa contínuo, que seguirá durante todo o ano, não apenas nos momentos de estiagem.