O crescimento do mercado ilegal de smartphones no Brasil é impressionante. Desenvolvendo problemas para a indústria nacional e contribuindo com o acréscimo do contrabando internacional, a explosão de vendas é resultado direto de uma invasão chinesa no comércio paralelo ocidental.
Preço atrativo e design convincente são os fatores que mais chamam atenção nas ilegítimas vitrines. Nessa transação, a falta de garantia dos smartphones é apenas uma das irregularidades alarmantes.
Entretanto, os números impressionam: em comparação com o segundo trimestre do ano passado, 2019 registra um crescimento de 659% do mercado cinza. Foram 659 mil vendas apenas entre abril e junho deste ano — segundo dados da International Data Center Authority (IDCA).
Além de financiar o comércio ilícito e clandestino, consentindo com suas metodologias, os produtos ilegais são ainda a razão para diversas adversidades, das mais simples às mais complexas.
Mas, afinal, você sabe qual a importância de comprar celulares apenas em lojas e revendedoras autorizadas? Neste artigo, apresentaremos procedimentos e dicas fundamentais, explicando leis e processos específicos.
Invertendo valores
Empresas Orientais de renome, como Huawei e Xiaomi, procuram investir em tecnologias que contemplam o custo-benefício, oferecendo aparelhos de primeira linha que chegam ao comércio direto até mesmo pela metade do que custam os concorrentes proporcionais.
Essas companhias — autênticas e ratificadas — foram responsáveis pela abertura de uma nova perspectiva mediante as alternativas de smartphone presentes no mercado. Com preços mais acessíveis e qualidade comprovada, o setor considerado como público-alvo apresentou significativo aumento.
Uma particularidade, porém, vem transformando o promissor cenário: a triunfante chegada dos empreendimentos em solo brasileiro e a venda de aparelhos mais populistas trouxeram um novo olhar para os produtos orientais, sobretudo os de origem chinesa.
Marcas e dispositivos chineses não são novidades nos negócios paralelos. Desde que os celulares viraram produto de consumo popular, itens ilegais já atormentavam a indústria oficial. Entretanto, por meio da conjuntura citada, os brasileiros passaram a ver essas mercadorias com “bons olhos”.
Por aqui, o perfil consumidor é marcado pela sensibilidade a preços, a alternativa mais barata é, geralmente, a escolhida. Isso justifica a intensificação no fluxo de compras ilegais — o valor de um celular autorizado é suficiente para garantir de duas a três “imitações”.
Os riscos dos aparelhos não autorizados
Todo aparelho celular em uso no Brasil deve ser certificado pela Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) — ou ao menos ter certificação aceita pelo órgão. A homologação é prova de que o produto passou por uma série de avaliações de segurança, atestando a maior confiabilidade possível (tanto para a saúde do usuário, quanto para a não afetação das redes comunicativas).
Diferentemente dos dispositivos vendidos em lojas autorizadas, os celulares falsos são desenvolvidos com materiais de baixa qualidade, empregando baterias não testadas — com riscos de aquecimentos nocivos e até explosões — e utilizando substâncias tóxicas, danosas ao meio ambiente.
A lesão corporal pode ainda ser indireta: celulares piratas podem expor os utilizadores a campos eletromagnéticos que desrespeitam padrões determinados pela agência, ocasionando doenças graves.
E a experiência só tende a piorar… Além dos riscos apontados, os aparelhos ilegais apresentam desempenho muito inferior aos regulados, uma vez que utilizam softwares e hardwares desatualizados ou paralelos.
Provido de materiais quebradiços, rapidamente expõem diversos defeitos, como botões soltos, deformações na carcaça e telas frágeis. A danificação do sistema e o roubo de dados e informações também é praticamente inevitável devido a ampla exposição a vírus e crackers.
Fora de área
Implementado por meio da parceria entre prestadoras, fabricantes e a Anatel, o projeto Celular Legal tem como objetivo fortalecer e ampliar o combate a celulares adulterados e roubados, impossibilitando o uso de aparelhos não certificados.
A síntese do projeto consiste em um sistema informatizado que é capaz de identificar celulares irregulares em uso na rede, notificando-os sobre o desvio por SMS. Após 75 dias, o aparelho não irá mais operar nas redes de telecomunicações.
Atenção antes de comprar
As falsificações imitam cada vez mais os aparelhos originais, podendo enganar até mesmo os consumidores mais atentos. Por isso é necessário se atentar em alguns pontos antes de finalizar a compra:
• Adquira celulares apenas de lojas, fornecedores e fabricantes autorizados, pois, caso ocorra qualquer problema, você terá a quem recorrer — tendo ainda garantias contra defeitos e acesso à assistência técnica;
• Confira a presença do selo de certificação da Anatel na estrutura do aparelho — geralmente no compartimento da bateria —, na caixa e/ou em seu manual de instruções;
• Confira se o código do IMEI (Identificação Internacional de Equipamento Móvel) aparente na tela do celular condiz com a numeração presente na caixa (celulares que utilizam mais de um chip possuem um IMEI para cada);
• Consulte a situação do IMEI na ferramenta online da ANATEL, ela apontará qualquer irregularidade — incluindo restrições por roubo, furto ou extravio,
• Para ver o número IMEI digite o código “*#06#” no discador do celular e aperte a tecla para ligar ou procure nas configurações do aparelho.