Ocorre hoje, das 8h às 11h30min, na Escola Municipal de Educação Infantil Mônica, do bairro Gressler, um encontro entre diretores e vice-diretores de todas as Emeis de Venâncio

Foto: Emei Mônica / Divulgação.

Aires que discutirá sobre os ‘Valores civilizatórios Afro Brasileiros’.

No encontro as gestoras das Emeis irão apresentar e trocar experiências sobre o que está sendo trabalhado em cada Escola de Educação Infantil do município sobre a Cultura Afro. “é bem válido conhecer a realidade de cada escola dentro do nosso município porque muitas vezes acontecem coisas maravilhosas nas escolas e a gente não toma conhecimento”, relata a diretora da Emei Mônica, Jussara Inês Herrmann Ferreira.

A Cultura Afro está, ainda mais presente, entre os assuntos trabalhados pela Educação Infantil desde a resolução municipal nº 2 de 16 de dezembro de 2015, que institui normas complementares às Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações étnico-raciais e para o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana nos currículos escolares das instituições de ensino integrantes do Sistema Municipal de Ensino de Venâncio Aires.

NA PRáTICA Na Escola de Educação Infantil Mônica o assunto deixou de ser trabalhado apenas no dia 20 de novembro, comemorado Dia da Consciência Negra, e tornou-se tema ao longo do ano em diversas propostas em sala de aula, seja na confecção de trabalhos, apresentações ou exposições.

Na Emei Mônica o tema começou a ser mais aprofundado em reuniões pedagógicas, com a equipe da escola. A direção trouxe ideias para sua equipe, que conheceu a história da boneca ‘Abayomi’ e, em seguida confeccionou a mesma.

A bonequinha ‘Abayomi’ conta a história das mães negras que vinham de navio e ficavam tristes por ver os filhos sofrendo e chorando, “então elas rasgavam as próprias roupas e confeccionavam bonequinhas para as crianças brincarem”, explica Jussara. A boneca não tem costura nenhuma, conforme relata a diretora, ela é feita a partir de retalhos de tecido e construída apenas com ‘nós’. Abayomi quer dizer encontro precioso: abay=encontro e omi=precioso. “A partir dessa atividade, as professoras foram apresentando suas ideias e as formas que a cultura seria trabalhada em cada nível desde o berçário até o Pré – B.”

As atividades feitas na escola baseiam-se no trabalho com base em livros como, por exemplo, a história ‘Bruna e a Galinha da Angola’ e ‘A menina bonita do laço de fita’. ‘Dandara, seus cachos e caracóis’, ‘O amor tem todas as cores’. “As histórias falam de coisas que hoje fizemos, mas que não sabemos que vieram da cultura negra”, afirma.

Os 111 alunos da Emei Mônica, juntamente com seus educadores, trabalham a cultura Afro, através de brincadeiras, histórias, oficinas, contando também com o envolvimento das famílias e parceiros voluntários no desenvolvimento dos projetos. “Sendo a escola um espaço de construção da identidade do indivíduo, devemos valorizar os conhecimentos que cada criança traz. Nesse sentido o educador tem a tarefa de fazer a mediação entre a criança e os conhecimentos acumulados em uma determinada cultura (conhecimento do mundo e de si mesma), além de propiciar, estimular e provocar o desenvolvimento da criança”, destaca a diretora.