Após 17 anos de militância no Partido dos Trabalhadores (PT) – o único de sua trajetória política até aqui -, o vice-prefeito Giovane Wickert anunciou na manhã de ontem sua desfiliação da sigla. Eram 7h42min quando a informação foi confirmada à redação da Folha do Mate, que por meio de seu site na internet (www.folhadomate.com), foi o primeiro veículo de comunicação da Capital Nacional do Chimarrão a divulgar a novidade. A partir dali, a notícia repercutiu e foi o assunto do dia em toda a cidade.
A decisão, de acordo com Wickert, foi repassada ao presidente do PT em Venâncio, Edemir Freda, o Fredinha, por volta das 22h30min de quarta-feira, na casa do líder da sigla, em Vila Palanque. Antes disso, o vice-prefeito tinha recebido a visita do prefeito de Lajeado, Luis Fernando Schmidt, que foi o último enviado do PT na tentativa de sensibilizar o político a permanecer na legenda. A deputada federal Maria do Rosário e o ex-governador Olívio Dutra também já tinham feito seus contatos com Wickert.Apesar de afirmar que tem orgulho de tudo o que o PT fez a nível nacional – citando como exemplo programas como o Minha Casa, Minha Vida, Luz Para Todos e ProUni, que segundo ele beneficiam até hoje milhares de brasileiros por todo o país -, Wickert não esconde que, neste momento, falaram mais alto “os escândalos dos últimos 30 dias, principalmente as situações dos grampos telefônicos e posse do ex-presidente Lula como ministro-chefe da Casa Civil”. Admite que teve pequenos e raros atritos internos no PT local, porém que deixa muitos amigos na sigla, que não tem culpa do cenário nacional.
OXIGENAçãOGiovane Wickert entende que o momento é perfeito para “oxigenar”. O verbo é utilizado com certa frequência por ele em entrevistas e conversas ao telefone. Ao buscar novos ares, acredita que estará evitando eventuais conflitos: “O que eu tenho dito por onde passo é que precisamos de uma política propositiva, transparente e de credibilidade. E, sinceramente, seria muito difícil ir às ruas com este discurso com tudo o que está acontecendo em Brasília”. O ex-petista – ontem à tarde oficializou sua saída do partido, ao entregar documentação no Cartório Eleitoral – analisa que, qualquer que fosse a sua decisão, não seria ideal. “Ficando ou saindo, teria consequências. Espero ter feito a coisa certa”, argumenta.Contudo, a confirmação da saída do PT é a solução, apenas, da metade dos ‘problemas’ dele. Agora, precisa decidir qual rumo tomar. E garante que fará isso hoje, inclusive admitindo que o caminho se restringe a três siglas: PSB, PSD ou Rede. Para que seu ingresso na primeira seja viabilizado, teria reunião ontem com a cúpula socialista e precisaria contar com o aval de Adelânio Ruppenthal – ele que já foi lançado pelo partido como pré-candidato à Prefeitura – para ocupar o espaço. No caso do PSD, o vice-governador do Estado, José Cairoli, e o deputado federal Danrlei de Deus Hinterholz, abriram as portas. E o mesmo fez o deputado federal João Derly, que quer Wickert filiado à Rede Sustentabilidade.
Assédio
11 partidos que tentaram filiar o vice-prefeito Giovane Wickert, agora oficialmente fora do PT. Até o PMDB – por intermédio do ex-presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Edson Brum -, entrou na lista. PC do B, PPS, PRB, PTB, PP, PRP e PR, além de PSB, PSD e Rede, chegaram a abrir negociações com ele.