A ambulância de suporte avançado do Samu de Venâncio Aires está seriamente ameaçada de paralisar suas atividades. A continuidade do serviço foi motivo de reunião em Porto Alegre na tarde desta segunda-feira, 16, entre o Departamento de Assistência Hospital e Ambulatorial (Daha) do Governo do Estado e prefeituras do Vale do Rio Pardo. No encontro, o órgão negou o pagamento imediato dos cerca de R$ 400 mil devidos hoje pelo Estado ao Município para a manutenção do veículo e seus profissionais. Uma decisão definitiva sobre a continuidade ou não do atendimento da UTI Móvel será tomada nesta quinta-feira, 19, em reunião da 13ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS). Até lá, a ambulância segue em funcionamento normal.

Segundo a procuradora-geral do Município, Gisele Spies Chitolina, o Governo Estadual se dispôs a quitar as parcelas atrasadas apenas da ambulância vinculada à Prefeitura de Rio Pardo, que não possui habilitação do Ministério da Saúde – diferente da ambulância da Prefeitura de Venâncio Aires. A decisão frustrou as expectativas dos representantes venâncio-airenses presentes ao encontro. “A médica reguladora do Estado afirmou que não haveria prejuízo no atendimento se a nossa UTI Móvel interromper atividades, no que discordamos totalmente”, declarou Gisele.

Para o prefeito Airton Artus, a decisão tomada pelo Governo do Estado pode ter um cunho político. Artus solicitou ao setor contábil da Prefeitura um levantamento dos custos para o Estado dos serviços de saúde prestados por Venâncio Aires e Rio Pardo e um comparativo dos serviços oferecidos da área oferecidos por ambos os municípios. “O Estado demonstrou que não possui planejamento para a saúde e nem estudo de custo benefício para os serviços cruciais à população”, disse o prefeito. “Estamos inconformados e não vamos aceitar esta situação de braços cruzados”, encerrou.

PARALISAçãO EM DEBATE

A reunião desta segunda-feira foi convocada pelo Governo do Estado depois que as 13 prefeituras da 13ª Coordenadoria Regional de Saúde, que atende o Vale do Rio Pardo, decidiram em conjunto paralisar os serviços das três ambulâncias de suporte avançado do Samu a partir do último fim de semana. Atendendo pedido do governo gaúcho, as UTIs móveis permaneceram em atividade até esta segunda-feira, para tentar buscar uma solução para o impasse.