A Folha do Mate publica neste sábado, 30 de junho, o Guia de Inverno. O material aborda as principais delícias que os gaúchos têm a oportunidade de vivenciar: campos cobertos de geada, fogo na lareira ou fogão à lenha, pinhão na chapa, chocolate quente, comidas fortes e roupas quentinhas. Esse último aspecto, inclusive, ganhou grande destaque nas páginas do caderno. Dois editoriais de moda apresentam tendências e dicas para quem deseja ficar bem vestido na estação mais fria do ano.
Um deles, aborda as estampas de animais – ou animal print. Em entrevista à Folha do Mate, a estilista Aldine Leonhardt fala um pouco mais sobre essas características:
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FOLHA DO MATE – Na sua opinião, por que as estampas de animais caem no gosto das pessoas a cada temporada?
ALDINE LEONHARDT – As estampas de animais podem ser consideradas clássicas, pois independente da escala, estão presentes em todas as estações com pequenas alterações para adequar-se às tendências da temporada. Gosto analisar a moda do ponto de vista psicológico e social, dessa forma, acredito que há, sim, uma justificativa para a permanência dessas estampas: a indumentária surgiu na pré-história com o uso de peles de animais para aquecer, entretanto, os homens de tal período encontraram nesses adornos também um meio de demonstrar sua bravura. São diversos os significados dados às estampas em função da variedade de crenças, mas posso dar alguns exemplos de estampas:
– Tigre: talvez a mais comum, evoca poder e ferocidade, além de representar um íntimo guerreiro.
– Cobra: ou serpente, está relacionada às fontes de vida e imaginação. Possui simbologias bastante contraditórias, contudo, dentre as mais positivas, sugere harmonia e liberdade.
– Pavão: tem imediata associação à vaidade, além de representar a totalidade, pois possui todas as cores no leque de sua cauda.
– Zebra: o contraste entre o preto e o branco de suas listras remete ao equilíbrio, onde a ausência de cor (branco) suaviza a tendência sombria originada pelo preto.
FM – Na sua opinião, qual das estampas de animais é a mais interessante. Por que?
ALDINE – A roupa traduz a personalidade da pessoa e minha orientação é o uso de vestimentas que transmitam de maneira notável o estilo próprio, ou seja, a mulher com jeito ‘poderosa’ imprimiria suas características facilmente compondo um look tigrado. Considero ‘mornas’ as estampas de urso, girafa e até de “pele de vaquinhas”, pois geram uma dificuldade para definir a individualidade, originalidade e as características pessoais de quem as vestem.
FM – Qual é a forma mais ‘fina’ de usar a estampa de animal?
ALDINE – A meu ver a maneira mais elegante de usar “Animal print” é mantê-lo nos detalhes ou em apenas uma peça do look (como por exemplo, numa blusa, ou apenas na saia), contudo, os tecidos têm grande influência e quanto mais finos (como a seda), mais charmoso ficará o visual. Outro artifício interessante é manter a cor da estampa nos tons originais do animal (por exemplo, deixar o tigrado em cores terrosas), pois o colorido nessas formas deixa a aparência mais divertida do que atraente.
O segundo editorial de moda do caderno apresenta a temática ‘à prova do frio’. Como, nesse caso, as peças em destaque são as confeccionadas com lã, a estilista Aldine Leonhart fala sobre as melhores formas de combinar e cuidar desses itens:
FM – Qual a melhor forma de cuidar das peças de lã?
ALDINE – é importante sempre ler as etiquetas têxteis que orientam na lavagem e secagem da roupa. Entretanto, para evitar a produção das incômodas bolinhas e até o encolhimento, o cuidado básico a ser tomado com peças de lã é lavar sempre à mão com sabão neutro. Em seguida, enrole a peça numa toalha, para então torcer e tirar o excesso de água, do contrário a trama pode ficar alterada dando um aspecto desagradável. De preferência, deixe secar na sombra em posição horizontal (deitada) para não esgaçar, mas se não for possível, pendure num cabide de madeira com hastes largas. Não passe a ferro e guarde separada de outras roupas que possam contaminar ou ser contaminadas por fiapos da lã.
FM – Quais são as melhores combinações para casacos e vestidos de lã?
ALDINE – Os ‘blusões da vovó’, vestidos e casacos de lã eivaram as passarelas acompanhadas de calças justas ao corpo e muitos acessórios. A mistura de superfícies, espessuras e relevos em malhas formam looks despojados aliados ao jeans skinny ou meia calça, se tornando mais elegantes sob um salto alto. A dica é: volte sua atenção à silhueta, já que a lã a aumenta. Alguns recursos podem evitar que você pareça estar acima do peso, como deixar as peças maiores apenas na parte superior ou inferior do corpo, evitar o contraste de cores, usar saltos altos para alongar o corpo e marcar a cintura com cintos.
Os editoriais de moda foram fotografados pela fotógrafa Marília Haas. Os modelos são as finalistas do Garota Nossa Capa, Patrícia Frank, Gabriela da Costa e Marilyn Schmits, a modelo Ana Paula Kreibich, o casal Jordana Rex e Ronald Haas e Luís Felipe Müller.
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