O Conselho Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul discute esta semana, pela primeira vez, as estratégias de enfrentamento da hanseníase – que apesar de ter cura permanece como um desafio à saúde pública brasileira. A plenária acontece na quinta-feira, 26, às 15h30min, no Centro Administrativo Fernando Ferrari, em Porto Alegre. Durante o encontro, representantes do governo, de movimentos sociais e usuários do Sistema único de Saúde (SUS) vão discutir os aspectos clínicos, políticos e sociais da doença. A expectativa é que a reunião estabeleça as bases para a definição de um plano de trabalho para o controle da hanseníase no estado e para a garantia dos direitos das famílias que foram separadas durante a fase do isolamento compulsório dos portadores da doença.

O conselheiro nacional de saúde Artur Custódio, coordenador nacional do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), informa que o Rio Grande do Sul já atingiu a meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) para eliminação da doença, mas que o estado ainda enfrenta alguns desafios para o efetivo controle da doença. Por isso, a realização da plenária do Conselho Estadual de Saúde é tão importante.

“A OMS recomenda que o coeficiente de prevalência da hanseníase corresponda a menos de dez casos por cada 100 mil habitantes – no Rio Grande do Sul este índice é de 1,27 caso por cada 100 mil habitantes. Mas precisamos intensificar as ações de vigilância epidemiológica na região, com medidas específicas para situações de baixa incidência, e garantir a realização do diagnóstico precoce, fundamental para o sucesso do tratamento e para evitar a ocorrência de sequelas físicas e neurológicas”, afirma Artur. Segundo o Ministério da Saúde, 136 novos casos de hanseníase foram registrados no estado gaúcho em 2011.

Para o presidente do Conselho Estadual de Saúde, Paulo Humberto da Silva, a reunião é um marco importante para o enfrentamento do problema. “Até então, pouco se falava sobre a hanseníase. A plenária irá contribuir para dar visibilidade ao tema”, considera Paulo Humberto.