Durante o 24º Congresso Nacional das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, realizado em agosto, em Brasília, os mais de 700 participantes decidiram que o 25 de setembro seria o Dia Nacional de Luto Pela Crise das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, representando um protesto de alerta frente ao insuficiente recurso de custeio alocado e o crescente endividamento das instituições de saúde. O subfinanciamento e o brutal déficit dele decorrente não têm perspectiva de uma solução próxima.
Em Santa Cruz do Sul, os hospitais Ana Nery, Monte Alverne e Santa Cruz aderiram à campanha e estarão bloqueando a agenda de atendimentos eletivos hoje. Casos já agendados serão marcados para a data mais próxima possível. O objetivo é chamar a atenção para a crise em que as instituições estão inseridas. A ação faz parte de uma mobilização nacional que conta com a participação das mais de 2,1 mil instituições do país, que são responsáveis por mais de 50% do total de atendimentos SUS do Brasil.
Hoje, portanto, haverá paralisação de atendimentos eletivos em todas essas unidades. O movimento tem como base, entre outros fatores, a dívida atual que totaliza R$ 15 bilhões. No Rio Grande do Sul, a rede hospitalar filantrópica é composta por 259 instituições, detentora de 72% dos leitos hospitalares existentes. As santas casas e hospitais filantrópicos do Estado empregam mais de 65 mil trabalhadores e são alternativa única para procedimentos eletivos em mais de 190 municípios gaúchos.
VENâNCIO – O administrador do Hospital São Sebastião Mártir (HSSM), Gilberto Gobbi, afirmou ontem que, embora concorde que os valores repassados estejam defasados e apoie o movimento, a casa de saúde de Venâncio Aires não vai paralisar as atividades no dia de hoje. “Concordamos que a tabela do SUS está defasada e reconhecemos a necessidade de pleitear melhorias, mas optamos por não paralisar”, reforçou ele.