Foto: Kethlin Meurer / Folha do MateRosilaine acredita que seria válido todas as escolas terem uma disciplina de política
Rosilaine acredita que seria válido todas as escolas terem uma disciplina de política

Se no ano passado, as civilizações antigas foram foco das aulas de História dos alunos do primeiro ano do ensino médio da escola Cônego Albino Juchem (CAJ), em 2016, os alunos não conheceram, apenas, o que os antepassados fizeram. Diante de um cenário nacional conturbado e histórico, eles revesaram momentos para discutir a história atual e que, em breve, vai ‘escrever’ novas páginas em todo Brasil: os desdobramentos do impeachment.

Os desdobramentos do impeachment são um dos assuntos do momento, e é difícil a professora de História, Patrícia Kolberg, não se deparar com alguma dúvida ou algum comentário dos alunos sobre o tema. De acordo com ela, o foco das aulas não é o impeachment, mas ele é comentado para que os estudantes tenham conhecimento sobre quais são os procedimentos e o que tudo isso significa e representa para o país.

O lema da professora Patrícia é manter a neutralidade, mas, também, despertar o sentimento crítico dos alunos e fazer com que eles tenham argumentos. Contudo, para isso, ela incentiva todos a acompanharem os noticiários e se manterem informados. “Para dizer se são contra ou a favor do impeachment, eles precisam entender o que está acontecendo”, comenta.

Foto: Kethlin Meurer / Folha do MateProfessora Patrícia ressalta que instiga os alunos a acompanharem os noticiários para terem bons argumentos e saberem o que ocorre
Professora Patrícia ressalta que instiga os alunos a acompanharem os noticiários para terem bons argumentos e saberem o que ocorre

Opinião vinda de casaA professora conta que muitos alunos apresentam opinião formada sobre o assunto e argumentam a respeito de qual lado estão. Ela acredita que isso depende do posicionamento dos próprios pais ou familiares, pois a opinião que vem de casa tem o poder de influenciar, de certa forma, também os pensamentos dos estudantes.

Patrícia ressalta que assuntos como o impeachment são mais trabalhados no nono ano do ensino fundamental e terceiro ano do ensino médio. Contudo, os livros de história mais atuais já apresentam temas como a própria Operação Lava Jato. “Isso mostra que, em breve, o que está acontecendo agora, também será assunto dos próximos livros”, conta.

A profissional percebe que algumas turmas são mais neutras, enquanto outras demonstram uma preocupação maior com tudo o que ocorre em relação ao cenário político nacional. Embora faça parte da disciplina ensinar coisas que ocorreram há muitos anos, Patrícia diz que não abre mão de também abrir um espaço para discussões da atualidade. “Isso é um marco histórico para todos nós”, conta. No entanto, ela orienta os alunos a filtrarem as informações e saberem o que de fato é verídico em meio a tantos comentários em relação à política.

A aluna Rosilaine Rodrigues Lima, 15 anos, concorda com o fato do assunto Impeachment ser comentado em alguns momentos das aulas de História. “Os professores votam, devem ter noção do que está acontecendo e podem passar isso para a gente”, comenta.

Rosilaine busca acompanhar os desdobramentos através da televisão e acredita que seria interessante as escolas terem uma disciplina de política. “Nós escolhemos quem vai comandar o país através das votações, e como nós vamos votar se às vezes não temos conhecimento sobre política?”, questiona.

Os professores dizem que nós somos o futuro do país, e para sermos um bom futuro, nós precisamos ter uma base sobre a política do país