Foto: Rui Borgmann / AI / PMVAProfissionais responsáveis pelo levantamento trabalham no Centro de Atendimento a Doenças Infecciosas (Cadi)
Profissionais responsáveis pelo levantamento trabalham no Centro de Atendimento a Doenças Infecciosas (Cadi)

A Vigilância Epidemiológica de Venâncio Aires divulgou esta semana um levantamento que mostra quais são as principais causas de mortes na Capital Nacional do Chimarrão. Os números, relativos a 2015, evidenciam que as doenças do aparelho circulatório estão no topo deste ranking, seguidas por doenças respiratórias e cânceres, que aparecem na segunda e terceira posições, respectivamente. Em quarto lugar estão as chamadas causas externas, onde se encaixam acidentes e suicídios, conforme a pesquisa.

De acordo com Carla Lili Müller, enfermeira da Vigilância Epidemiológica, que juntamente com a também enfermeira Solange Teresinha Sehn e as técnicas em enfermagem Cristiane Ferreira e Dirce Weber Giovanaz, conduziu o levantamento, infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência cardíaca – exatamente nesta ordem – representaram a maior parte dos óbitos ocasionados pelas doenças circulatórias no ano passado em Venâncio Aires, que chegaram ao total de 109.

Em relação ao aparelho respiratório, as pneumonias, casos de insuficiência respiratória e embolias pulmonares – também nesta ordem – foram as maiores causadoras das 77 mortes em 2015. Entre os cânceres, que estão listados como terceira maior causa de óbito em Venâncio Aires no ano passado, o que afeta os pulmões foi o que mais matou. As neoplasias de fígado, próstata, intestino e esôfago também contribuíram significativamente para as 66 mortes ocasionadas por câncer registradas em Venâncio.

FECHAMENTO – A enfermeira Carla Lili Müller ressalta que os números apresentados certamente sofrerão alterações nos próximos meses. Conforme ela, as mortes de venâncio-airenses ocorridas em outras cidades não são contabilizadas automaticamente, pois podem ser registradas em âmbito municipal até dois anos depois. “Ou seja, somente no final de 2017 é que teremos números fiéis em relação à mortalidade”, esclarece.

 

Violência está no topo dos registros compulsórios

O levantamento da Vigilância Epidemiológica traz ainda dados relativos a notificações de casos de doenças infecciosas e agravos. As situações envolvendo violência interpessoal (praticadas contra mulheres, crianças, adolescentes, idosos, doentes mentais, gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transsexuais) ficaram no topo do ranking, com 212 registros. Segundo as profissionais responsáveis pela pesquisa, os casos de tentativa de suicídio, que são contabilizados como violência interpessoal, somaram 64.Na segunda posição aparecem os casos de atendimento anti-rábicos – mordidas de cachorro, rato e porco, por exemplo. Foram 186 ocorrências em 2015. Em terceiro lugar surgem os acidentes com animais peçonhentos, como cobras, lagartas e aranhas, que somaram 121 casos no ano passado, de acordo com o relatório. Na quarta e quinta colocações ficaram as suspeitas de leptospirose e intoxicação exógena (abusos de substâncias tóxicas e ingestão ou inalação de produtos de higiene por crianças), com 64 e 50 registros, respectivamente. No caso da leptospirose, somente 34 foram confirmados.

SíFILIS – Conforme Carla Lili Müller, chama a atenção o elevado número de registro de pacientes com suspeita de sífilis. Foram 69 casos no total (47 não especificados e 22 em gestantes), seis deles descartados posteriormente, três em cada categoria. “Acreditamos que boa parte destes diagnósticos foi possível graças ao oferecimento de testes rápidos na rede de atenção básica. Além da sífilis, HIV e hepatites virais também podem ser descobertos por meio de exames e agilizar os tratamentos”, diz a enfermeira.