Foto: Maicon Nieland / Folha do MateAplicativo desenvolvido em Charqueadas visa facilitar comunicação aluno/professor em sala
Aplicativo desenvolvido em Charqueadas visa facilitar comunicação aluno/professor em sala

Onde muitos podem ver dificuldades, jovens como Gabriel Senna de Oliveira veem a oportunidade. Aos 17 anos e ao lado de duas colegas desenvolveu o aplicativo “SeiLIBRAS” para atender uma carência de intérpretes da língua brasileira de sinais em salas de aula.

Essa é uma das 120 iniciativas presentes na 3ª Mostra Venâncio-airense de Cultura e Inovação (Movaci). A PROGRAMAÇÃO, no pavilhão São Sebastião Mártir, e que vai até amanhã está oportunizando que estudantes como Gabriel do Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul) de Charqueadas divulgem seus projetos e pesquisas.

Aluno do curso técnico em informática do câmpus, que fica distante 86 quilômetros da Capital do Chimarrão, ele em conjunto com Marilia Rosa Silveira também de 17 anos e Ludiemili Ferreira Pereira de 18, queriam não apenas elaborar mais um projeto, mas sim criar algo que fosse auxiliar.

FUNCIONALIDADE

Foi assim que ganhou forma o aplicativo “SeiLIBRAS”, para auxílio ao ensino de Libras em ambientes socioeducativos. “Então juntando a matéria que possuimos no quarto ano, de elaboração de projetos, definimos que iriamos fazer um projeto para a área de deficiência auditiva para dispositivos móveis, no caso o sistema Android, que é uma área que vem crescendo”, frisa Gabriel.

O aplicativo tem a intenção de colaborar com os professores, que mesmo não tendo amplo conhecimento da linguagem, podem através do programa aplicar as disciplinas para alunos surdos. Hoje a Lei Federal n° 10.436 em seu artigo 17 capítulo VI garante ao surdo ter um profissional adequado para seu acompanhamento escolar, porém, que na prática não se aplica em sua totalidade.

Exemplificando, a ideia segundo Gabriel, é de que o aplicativo ajude os docentes em matérias específicas. “Vamos dizer em Biologia ou Química, que possuam palavras específicas, como DNA e célula. São palavras que Libras não comporta”, explica o estudante.

Dessa forma o professor em sala de aula, quando abre o aplicativo digita a palavra e passa a rodar um vídeo de como funcionará esse determinado sinal em Libras para palavra DNA, por exemplo. “Quando nós conversamos com a professora que utilizava material escolar que ela mesmo fazia, ela disse que seria muito útil para utilizar em sala de aula, pois o aplicativo iria tornar mais interativo e mais fácil a comunicação.”

O programa foi testado junto a escola municipal Octávio Lázaro no primeiro semestre letivo e a intenção agora é de até o final de 2014 abrir ele gratuitamente aos interessados. “Disponibilizar ele na própria loja do Google gratuitamente, pra que qualquer pessoa que possua dispositivo Android possa baixar e usufruir dele de graça”, conclui Gabriel Senna.

Confira a reportagem completa no flip ou edição impressa de 25/09/2014