A quinta edição da Mostra Venâncio-airense de Cultura e Inovação (Movaci) inicia hoje e se estende até sexta-feira, 30, no campus do Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul). A cerimônia de abertura está marcada para ocorrer hoje à noite, às 19h. Ao todo, são 120 trabalhos que serão apresentados na Mostra. Uma oportunidade ótima para quem tem o interesse de ampliar o ‘mundo do saber’.
De todos os trabalhos que farão parte do evento, está o de Eduardo Wacholtz e Bruna Dornelles, ambos com 17 anos e alunos do terceiro ano do curso de Refrigeração e Climatização do IFSul. é a terceira vez que os dois participam da Movaci e nas edições anteriores buscaram sempre desenvolver projetos voltados ao meio ambiente. Desta vez, resolveram mudar o tema e apresentarão um trabalho com o título de ‘Andarilho também é gente: abrindo os olhos de quem não abre a mão’.
De acordo com a dupla, a ideia de realizar um trabalho sobre esse assunto surgiu após terem lido uma matéria na Folha do Mate que noticiava o fato de um morador de rua ter sido encontrado morto na Praça Evangélica em maio deste ano. “Então começamos a nos perguntar: ‘será que eles são tratados de forma digna? Por que eles escolheram essa vida?”, comenta Eduardo.
VisibilidadeSegundo eles, para que o trabalho fosse desenvolvido, além de muita pesquisa, também foram feitas visitas ao albergue municipal, bem como, entrevistas nas ruas. Ao todo, foram 35 pessoas entrevistadas e que foram questionadas sobre o que fariam se caso vissem à noite um andarilho na rua. Conforme Eduardo, 18 pessoas responderam que mudariam de direção para que não precisassem se deparar com ele. “Esse número assustou bastante a gente, porque os andarilhos são seres humanos também, mas as pessoas têm medo”, comenta o jovem.
Além disso, conforme a dupla, o objetivo do trabalho é dar visibilidade a essas pessoas que, na maioria das vezes, são ignoradas pelas sociedade. Durante a Movaci, os dois pretendem apresentar vídeos com depoimentos de andarilhos para que seja possível compartilhar a realidade deles. Um dos objetivos dos dois é também gravar um documentário sobre o tema para ser apresentado em novembro nas escolas locais.
Tanto Eduardo quanto Bruna acreditam que participar da Movaci é uma oportunidade de trocar conhecimentos e aprender algo novo. “Nós sempre gostamos muito de trabalhar com projetos e, por isso, vamos concorrer esse ano de novo”, ressalta Eduardo. Para Bruna, a participação é gratificante, bem como, a ampliação do conhecimento. “Nós nos sentimos importantes, porque estamos contribuindo e fazendo parte de alguma coisa”, ressalta Bruna.
O engajamento dos estudantes e a criatividade é destacada pelo coordenador da Movaci, Itamar Hammes. “Classifico essa movimentação, essa grande quantidade de coisas, como uma anarquia saudável para a criatividade, buscando coisas novas, ocorrem as revelações, todo mundo trabalha junto e claro, é uma oportunidade de ampliação do conhecimento.”
O que tem na Movaci?A quinta edição da Mostra volta para o Instituto depois de dois anos ter sido realizada no Pavilhão de Eventos São Sebastião Mártir. De acordo com Hammes, além da economia financeira, já que assim não é pago aluguel e não há montagem de estandes, é uma forma de dialogar e debater mais com os estudantes. O IFSul ao longo dessa semana, abre as portas para as visitações de outras escolas do município e para o público em geral. Quem tiver o interesse em conferir os cerca de 30 trabalhos do ensino fundamental nos estandes ou mesmo as apresentações dos trabalhos de estudantes do ensino médio, técnico e superior nas sete salas de aula, durante cerca de 15 minutos no período de comunicações orais; e ainda palestras, oficinas e visitações.
Os 120 projetos de inúmeros eixos como linguagens, ciências da natureza, exatas e humanas, engenharias, tecnologias, códigos, participantes são avaliados por cerca de 50 avaliadores. Os três melhores trabalhos em cada temática garantem passaporte para participar da Mostra de Ciência e Tecnologia (Mostratec), que ocorre em Novo Hamburgo e também da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace). “O objetivo não é só dizer que o trabalho está bom ou ruim, mas dialogar, discutir no que pode ser melhorado, como aplicá-lo e, com isso, o estudante ganha conhecimento e experiência”, acrescenta Hammes.
Ao longo da semana, os alunos do Instituto não tem aula. No entanto, a PROGRAMAÇÃO conta como dias letivos. Apenas na noite de sexta-feira, os estudantes do Proeja e Sub-sequentes.
PROGRAMAÇÃO de hoje
8h às 12h – Organização e leitura dos relatórios12h30min – Movaci de Bike13h15min às 15h15min – Comunicações orais e oficinas (criação literária e capoeira)15h30min às 17h15min – Palestra aberta para escolas ‘Casa inteligente (Domótica)’ – Palestrante Rolf Fredi Molz (Unisc)17h30min às 19h30min – visitação aos banners19h às 22h – Cerimônia de abertura com a Banda Magnus Rex e palestra ‘A importância das feiras e mostras científicas para a formação humana’, com Cleber Quadros (IFSul Pelotas) e Melissa Souza (Ulbra)