Há oito anos, Simone Inês da Silva, 33 anos, é motorista de transporte escolar no interior de Venâncio Aires. Atualmente, ela faz a rota de Linha Leonor e Saraiva e leva os estudantes para as escolas Osvaldo Cruz, de Linha Cipó, e Sebastião Jubal Junqueira, de Vila Deodoro. Segundo ela, a média é de 30 estudantes por dia.
Simone presta serviço junto com mais seis motoristas para a empresa Ercildo da Cunha e Cia Ltda, contratada pela Prefeitura de Venâncio Aires para fazer o transporte dos estudantes. A rotina da moradora de Linha Cachoeira começa às 6h30min, com a saída do percurso para buscar os estudantes em casa.
Perto do meio-dia, é hora de voltar às escolas para levá-los de volta às residências e, na sequência, transportar os alunos do turno da tarde para estudar. O dia de trabalho termina por volta das 19h, quando todos os estudantes já foram levados de volta para casa.
LEIA MAIS: No volante, a tarefa de conduzir passeios pelo interior
Simone relata que é feliz e realizada com a profissão que escolheu e se diz privilegiada por passar por locais tão bonitos, diariamente. Em contrapartida, as dificuldades da profissão estão nas estradas sem condições adequadas de trafegabilidade. “Já fiquei empenhada diversas vezes na estrada”, conta.
Motivo esse que, na opinião dela, não leva mais visitantes para o interior. “Temos lugares lindos aqui, só que o pessoal não vem por causa do acesso”, acredita.
Simone sempre viveu no interior, de onde não tem planos de sair. Ela conta que muita coisa mudou com o passar dos anos. Escolas fecharam, muitos precisam ir mais longe para estudar e o estímulo para ficar no campo está cada vez menor. “Eu ouço de tudo dentro da van, quando eles são menores ainda dizem que vão seguir os passos do pai. Já os jovens só falam em ir para a cidade”, conta.
De acordo com a motorista, a relação com os passageiros é muito boa. Eles conversam muito, trocam ideias e, muitas vezes, ela serve até de conselheira dos jovens. “Ou temos que apaziguar alguma discussão”, comenta.
VALORIZAÇÃO
Além da realização profissional, Simone também tem apego pela vida no interior. Sair do campo não está nos planos dela. A motorista conta que, da casa onde mora com os pais até a cidade, leva cerca de 50 minutos de carro. “Só vou pra cidade quando precisa muito”, afirma.
Das mudanças com o passar dos anos, destaca também a implantação da tecnologia no meio rural. Antigamente, lembra que não se tinha sinal de telefone e internet nas localidades, mas agora são raros os locais sem o serviço.