Um dos maiores gargalos quando se fala em investimentos em novas tecnologias no interior, é a falta de energia elétrica de qualidade, ou seja, a rede trifásica. Têm produtores que anos esperam para poderem investir em estufas de tabaco mais modernas, silos-secadores com maior capacidade, investir na bacia leiteira com resfriador e sala de ordenha moderna, aviários e pocilgas automatizadas, além de outras invenções que podem aumentar a produção com sustentabilidade para suprir as demandas mundiais.
A precariedade na energia elétrica é uma realidade vivida por mais de uma centena de famílias do interior do Venâncio Aires. E não é preciso ir muito longe para constatar esta situação. é o caso das famílias de Linha Salto, distante aproximadamente 15 quilômetros do centro da cidade. O agricultor familiar Lauro Müller, afirma que em agosto de 2013, protocolou um pedido na concessionária AES Sul, solicitando melhorias com a construção de uma rede trifásica, processo denominado de universalização da energia. Müller afirma que a concessionária lhe visitou, mas não fez os levantamentos necessários e que por ocasião da visita, os técnicos informaram que se ele quisesse uma rede trifásica, seria de sua responsabilidade a construção, ou seja, teria que arcar com recursos próprios. Naquela época, o valor não seria inferior a R$ 7 mil.
Na espera das melhorias, Müller construiu uma estufa elétrica para cura e secagem do tabaco que também é usada como secadora de grãos. Na safra passada, ele curou e secou tabaco na estufa, porém a qualidade ficou abaixo do esperado porque não está conseguindo colocar todos os equipamentos nos dois motores que fazem a estufa funcionar e são responsáveis para obter satisfação no produto final. Enquanto usa os motores da estufa, não consegue ligar os aparelhos elétricos e eletrônicos dentro de casa, muito menos o chuveiro. Para mover os motores no horário de pico e evitar que os demais aparelhos queimem devido à queda de energia, o agricultor usa um gerador.