Mesmo que falte alguns dias para terminar o ano letivo, já é o momento de, aos poucos, pensar nas compras de materiais escolares para o próximo ano, até porque, quando menos se espera, as aulas irão começar de novo. Como a situação financeira não está fácil para muita gente e no começo do ano há muitas contas para pagar – inclusive as mensalidades das escolas particulares – é sempre bom encontrar meios para não gastar tanto na compra dos materiais e, por isso, o quanto antes se pensar no que de fato é necessário comprar, melhor.
Em uma papelaria de Venâncio Aires, nesta semana já teve quem frequentou o local para comprar alguns materiais escolares para o ano que vem. Conforme a gerente, Kelly Gerlach, em dezembro sempre se inicia a busca pelos itens, mas é no fim de janeiro e ao longo de fevereiro que as vendas se intensificam. Até agora, o que mais teve procura foram os livros e cadernos. “Algumas pessoas já compram os cadernos antes de viajar, para deixar tudo pronto antes de começarem as aulas”, conta.
A gerente ressalta que os consumidores, até o momento, fazem muito a pesquisa de preços para adquirir os materiais mais baratos. “As pessoas querem o barato, mas com qualidade”, complementa. Kelly mostra-se otimista quanto às vendas e espera, pelo menos, que elas dobrem durante este e os próximos dois meses.
De olhos nos direitosO coordenador do Procon de Venâncio Aires, Eneias Peiter, ressalta que a escola só poderá requerer os materiais utilizados nas atividades pedagógicas diárias do aluno, como folha sulfite, papel dobradura, tinta guache, lápis, caneta, borracha, etc., em quantidade coerente com as atividades praticadas, sem restrição de marca.
Peiter comenta que não podem estar inclusos na lista materiais de uso comum, como, por exemplo, produtos de higiene, limpeza, atividade de laboratório e itens utilizados na área administrativa. “A prática, além de abusiva, é proibida”, destaca. O profissional explica que a lista de material escolar deverá ser disponibilizada para que o consumidor tenha a liberdade de pesquisar preços e marcas dos materiais solicitados. Desta forma, a escola não poderá exigir que o estudante adquira o material escolar no próprio estabelecimento.
O coordenador ressalta que, de acordo com a lei, a opção entre comprar os produtos solicitados ou pagar pelo pacote oferecido pela instituição de ensino é sempre do consumidor. As taxas de impressão e xerox costumam ser abusivas. Estes serviços são de responsabilidade do colégio e os consumidores já pagam por eles nas mensalidades.
Algumas instituições de ensino, por exemplo, utilizam apostilas como material didático. Peiter conta que apenas para este item pode haver exigência de compra em determinados estabelecimentos ou na própria escola.
A nota fiscal deve ser fornecida pelo vendedor. Ao recebê-la, o coordenador recomenda checar se os produtos estão descritos e recusar quando estiverem relacionados apenas os códigos dos itens, o que dificulta a identificação.
DICAS DE COMPRASPeiter aconselha que antes de comprarem os materiais, as pessoas devem reaproveitar o que for possível, ou seja, torna-se interessante verificar quais itens restaram do período letivo anterior e avaliar a possibilidade de reaproveitá-los.
Além disso, a boa e velha pesquisa não pode faltar para que se consiga economizar. Segundo o coordenador do Procon de Venâncio, algumas lojas concedem descontos para compras em grandes quantidades. Portanto, sempre que possível, é uma boa reunir um grupo de consumidores e discutir sobre essa possibilidade com os estabelecimentos.
Peiter ressalta que nem sempre o material mais sofisticado é o de melhor qualidade ou o mais adequado. Deste modo, é importante evitar comprar materiais com personagens, logotipos e acessórios licenciados, porque os preços costumam ser mais elevados.
Outra dica é ficar de olho nas embalagens. Materiais como colas, tintas, pincéis atômicos, fitas adesivas, entre outros, devem conter informações claras, precisas e em língua portuguesa a respeito do fabricante, importador, composição, condições de armazenagem, prazo de validade e se apresentam algum risco ao consumidor.