

Resgatada de situação de abandono, enquanto estava prenhe e depois de perder a visão do olho direito, Cacá encontrou, no apartamento de Jeanete dos Santos, 72 anos, um lar de amor. “Muita gente não queria ela por causa do olho. Eu nunca tinha adotado um animal com deficiência, mas não me importei. É um amor incondicional”, destaca.
Cacá apareceu na vida de Jeanete há dois anos, em um momento de difícil, quando ela se recuperava da morte da cadelinha Linda, com a qual convivera durante dez anos. “Fiquei desorientada, sofri muito.”
Carinhosa, a poodle Cacá conquistou o coração de Jeanete sem demora. Há quatro meses, ela decidiu ‘abrir a casa’ para mais uma cachorrinha abandonada. Saltitante, com uma energia que parece não ter fim e dentes afiados que roem o que encontram pela frente, Meg se juntou à família.
Apesar do ciúme inicial de Cacá, uma se adaptou à companhia da outra e, juntas, fazem a alegria de Jeanete. “Elas brincam muito, o tempo todo. Não para imaginar estar em casa sem elas”, afirma.
Para a idosa, o cuidado com os animais de estimação é um passatempo que gera satisfação. “Dá trabalho, mas é a melhor coisa. Sempre recomendo para que as pessoas adotem, desde que tenham a responsabilidade no cuidado. Eu só não adoto mais porque moro em apartamento.”
Jeanete explica que, mais do que uma ocupação, a relação com Cacá e Meg é cheia de carinho e, por isso, motivação. Se, à noite, elas já sabem a hora em que a tutora vai dormir, e ficam deitadas no sofá, de manhã, são o despertador. “Pelas 7h30min, já estão na porta do meu quarto chorando e arranhando a porta, para me chamar”, conta a idosa, entre risos.
A Cacá e a Meg são as minhas companheiras. Onde estou, elas estão comigo. Não dá para imaginar a vida sem elas.”
JEANETE DOS SANTOSCuidadora de idosos
