
Com 1.295 votos, Eduardo Kappel Trindade foi reeleito como vereador para a legislatura 2017/20 na Câmara de Vereadores. Duda Kappel (PP) integra o grupo de oito vereadores da situação a partir de janeiro do ano que vem.
Kappel estudou desde o primeiro ano no Colégio Nossa Senhora Aparecida, onde se formou no Ensino Médio. Ingressou na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), onde se formou em Direito. Atualmente, aos 40 anos, está concluindo o curso de MBA em Gestão Pública e Gerenciamento de Cidades.
Filho de Edemar Kappel; além de Rinez, Duda ainda tem como irmão Marno Trindade e é pai de Theodoro Kappel. Irmão do ex-vereador Rinez Trindade, sobrinho do ex-deputado Luís Fernando Staub e filho da ex-vereadora Marly Trindade, Kappel se criou em meio a política. “Quando eu tinha cerca de três anos de idade, eu tinha uma ‘motoca’ e eu a enchia de adesivos da campanha do Arena, pelo qual meu padrinho foi deputado por Venâncio três vezes, e eu não sabia falar direito ainda, então eu saía pedindo voto pra ele pela rua”, relembra.
Ele seguiu os caminhos da mãe não apenas cursando Direito e se tornando advogado, mas também virou político. Eduardo concorreu a uma vaga na Câmara, em 2004, pelo PSDB. Foi eleito com 1.611 votos. Em 2006 concorreu a deputado federal, mas não se elegeu. Em 2011 se filiou ao PP. Voltou a concorrer a uma das 15 cadeiras do Legislativo nas eleições de 2012 e foi eleito com 1.467 votos, obtendo a segunda maior votação.
De polêmico a quarto mais votadoChegando ao terceiro mandato, Kappel em muitos momentos da carreira política foi rotulado como polêmico por ser um ferrenho oposicionista. “Muitas vezes a imprensa me colocava como polêmico, mas todas vezes que o Airton [Artus]foi bem, em 99% eu acompanhei ele, então só divergi quando necessário, como no aumento de IPTU, aumento de cargos, nessa contribuição de melhorias em que 90% dos prefeitos não cobram e ele insiste em sempre penalizar nossa gente. Então vou seguir trabalhando na mesma linha, sempre votando com a minha consciência e pensando no eleitor que me elegeu, não estou lá para puxar saco de prefeito, até porque nunca precisei e não vou precisar de favor de prefeito nenhum.”
Ao longo dos últimos oito anos, Eduardo esteve na oposição. “Fazer oposição evidente é mais difícil, sempre é bom ter o prefeito do seu lado, para poder ajudar. Os vereadores da situação acabam utilizando a força do Município para fazer votos, só que muitas vezes acabam refém do prefeito por isso. Então, independente de quem não gosta da minha maneira de fazer oposição, nos comícios eu sempre pedi aos eleitores que votassem em quem está preparado e tem condições de realmente defender e não precisará fazer um mandato ajoelhado.”
Na eleição municipal deste ano, Duda fez 1.295 votos, o que, segundo ele, se deve a um conjunto de fatores. “Fiquei bem satisfeito com a votação. São 1.295 pessoas que confiaram em mim novamente. E isso se deve a vários fatores. Minha família me ajuda muito, pelo trabalho que fiz na Câmara, o próprio prefeito me ajudou muito com tamanhas irresponsabilidades que cometeu durante o mandato e fez com que eu me manifestasse e que as pessoas de Venâncio reconhecessem algumas coisas do tipo deixar criança rica em creche, dar apartamento para quem não precisa, aumentar IPTU, e muitas vezes se passou uma falsa ilusão para Venâncio que não condizia com o que realmente estava acontecendo, tanto que agora após a eleição já desmoronou, sobrou até já para os estagiários.”
Foi eleito. E agora?Com 73% de renovação, Eduardo é um dos quatro vereadores reeleitos. Ele comemora a renovação e a chegada das ‘caras novas’. “Já diz o ditado que, toda vassoura nova varre bem, então, com certeza esse mandato será excelente, pois todos vão querer mostrar serviço e isso será muito bom para Venâncio. E houve uma renovação devido a ausência de muitos vereadores fortes que não buscaram reeleição, como Telmo Kist, Hélio Artus, Jarbas da Rosa, Celso Krämer. Então, entrar na Câmara é muito difícil, pois quem busca reeleição arranca com uma vantagem, porque já tem dois assessores trabalhando em prol, tem quatro anos na imprensa.”
Questionado sobre algum projeto ou mesmo bandeira que deve ser defendida por ele na Câmara, Kappel salienta que “constitucionalmente a função do vereador é fiscalizar e legislar. E as vezes acontece que já não se tem mais muito o que legislar, como apresentar projetos que vão dar custos para o Município, então é melhor aprovar o que vier de bom do Excecutivo e trabalhar forte em cima da economia e cortes, que é o que Venâncio precisa.”
Ao integrar a situação, Kappel destaca que a expectativa em relação ao novo governo municipal é muito boa. “O prefeito e vice que apoiei sinalizam concordes, que é o que Venâncio precisa. Eles já se reuniram com os oito vereadores eleitos e já garantiram que vão começar cortando. E não só por nós termos vencido no interior, mas pelo fato de o interior estar há oito anos abandonado, será necessário um incremento no orçamento da Secretaria da Agricultura, que opera com 3%, o morador do interior tem que sentir a diferença. A Câmara no primeiro ano vai economizar e destinar essa economia para a agricultura e os cortes dos sub-secretários e verbas de outras medidas que serão adotadas, vão ser todas destinadas para o interior, para que melhore um pouco as estradas e as entradas dos agricultores.”
Ele ainda ressalta que apesar de pertencer a situação, a partir de janeiro, sua maneira de atuar no Legislativo não deve mudar. “Venâncio deu a vitória ao prefeito e vice, mas não precisa esperar também que estarei na Câmara completamente ajoelhado, evidente que vou estar sempre ao lado do povo de Venâncio e jamais vou mudar essa minha linha de raciocínio, venho há 15 anos votando contra aumento de imposto, contra aumento de CC’s, e não vou deixar de pensar assim porque meu prefeito ganhou.”