O PDT trabalha para definir, até o fim deste ano, o nome que concorrerá a prefeito nas próximas eleições municipais. Antes mesmo dos vereadores Jarbas da Rosa e Telmo Kist manifestarem vontade pessoal de concorrer à majoritária, um terceiro nome se colocou à disposição do partido.

Trata-se do secretário de Desenvolvimento Econômico e da Agricultura, Hélio Lawall, que foi o primeiro a manifestar, em reunião interna do partido, que estaria à disposição para concorrer à majoritária em 2016. Lawall já foi duas vezes vereador pelo PP, eleito em 1996 e 2000. Teve uma passagem pelo PTB, quando foi secretário da Indústria e Comércio no governo de Glauco Scherer, em 2003. Voltou ao setor público em 2011, quando assumiu a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e depois se filiou ao PDT.Nome reconhecido na iniciativa privada, onde atua como empresário e acumulou experiência de gerência e administração nas empresas Venax e Tabacos Marasca, Lawall aposta no seu ‘perfil diferente’ para disputar internamente o posto de candidato a prefeito. Embora afirme não ser uma vontade pessoal participar do pleito, se coloca como um ‘soldado’ do partido e garante experiência para fazer uma gestão diferenciada: mais executiva e menos política.

Por que colocaste teu nome à disposição para concorrer a prefeito pelo PDT?

Hélio Lawall – A indicação do meu nome se deu por alguns grupos de convívio, por alguns setores internos do partido, e alguns amigos que conhecem a nossa trajetória e que acompanharam a evolução da administração em Venâncio Aires. Diante destas indicações, em uma das reuniões do nosso partido, fiz uma manifestação dizendo que se fosse uma vontade do PDT, eu colocava meu nome à disposição para avaliação. Não é uma vontade pessoal, mas não nego o desafio nem o orgulho de ter sido indicado. Me orgulha ser indicado numa condição dessas e não negaria jamais um desafio destes porque me sinto em condições. Também admiro um partido que internamente já possui mais de um nome para assumir uma pré-indicação à candidatura de prefeito de forma tão harmônica como é que gente está enxergando.

Como se deu a repercussão, no PDT, do teu nome como possível candidato?O que eu posso e devo colocar é que tenho um perfil diferente, mais executivo, menos político. Venho da iniciativa privada, acostumado a trabalhar baseado nos resultados que toda iniciativa vai trazer para aquela gama de pessoas que são contempladas com o nosso trabalho. Nas empresas, não se toma nenhuma iniciativa sem que se mensure o resultado que esta iniciativa vai alcançar. Penso assim e atuo assim. Isto é um perfil diferente. O meu perfil não é percorrer as festas, dar um tapinha nas costas e agradar as pessoas com aquilo que elas querem escutar. Meu perfil é mais executivo e dizer aquilo que precisa ser dito, saber dizer um não, fazer aquilo que a convicção me manda fazer e que contempla a população como um todo.

Você disse que concorrer não é uma vontade pessoal e que não tens perfil político. Achas que isto poderia implicar na decisão do PDT?Do PDT pode até ter uma forte influência, mas, qual é o perfil que a comunidade deseja? Um perfil mais dinâmico, mais eficiente, mais focado em resultados ou um perfil mais político, com tapinhas nas costas? Temos três candidatos com conhecimento e um perfil mais executivo por estarem dentro da Administração Municipal, ou seja, dois vereadores e um secretário municipal. Os dois vereadores têm uma experiência administrativa e uma experiência política. Eu tenho pouca experiência política e mais experiência administrativa. Quem vai dizer quem irá governar Venâncio Aires nos próximos anos é a população. Qual o perfil que ela procura? Bom, aí não sei dizer. Só sei que o meu perfil é mais executivo e menos político.

Conte qual é sua trajetória política, pública e profissional.Fui vereador por dois mandatos, fui secretário de Indústria e Comércio do governo Glauco Scherer, e agora sou secretário de Desenvolvimento Econômico e de Agricultura. Fui executivo de empresas de grande porte e sempre mantive a minha atividade empresarial. Hoje tenho duas atividades empresariais, uma de prestação de serviços e outra de mineração e mantenho a minha atividade como secretário. Sou administrador de empresas e este conhecimento, ligado à iniciativa privada com a atividade pública, me mostram o caminho de resultados que não é muito comum na atividade pública. A atividade pública normalmente é conduzida por um gestor que tem uma relação íntima com a política partidária, o que não é o meu caso. Embora eu seja filiado a um partido, não atuo politicamente, e sim, no sentido de avaliar os programas que contemplam a população e colocá-los em prática para que produzam os efeitos que a população deseja.

Com este perfil de empresário, te sentes preparado para administrar mais de R$ 200 milhões do orçamento do Município?Perfeitamente, pois já administrei orçamentos maiores, como da empresa Tabacos Marasca, onde trabalhei como diretor administrativo. Implantei a empresa, idealizamos a empresa, adquirimos a área, implantamos o primeiro setor, depois o segundo, abrimos o mercado, introduzimos uma usina de beneficiamento e administramos um orçamento superior a R$ 200 milhões.

Nesta tua trajetória política, já tiveste a oportunidade de concorrer à majoritária em algum outro momento?Sim, tive a oportunidade de concorrer à majoritária indicado pelo deputado Luiz Fernando Staub, para concorrer nas eleições de 2000 para prefeito pelo Partido Progressista. Achei que não estava muito preparado, era muito novo para assumir tal responsabilidade e acabei abrindo mão.

Como você analisa a repercussão do teu nome nas ruas?Tenho plena consciência de que se formos analisar os resultados que as pesquisas de opinião pública expõem, o meu nome não seria um dos preferenciais, pois em momento algum fui anunciado como candidato, a não ser alguns comentários e indicações de grupos. Mas nunca estive em campanha, nunca estive em busca deste espaço, embora me sinta preparado, mas nunca almejei isto como sendo alguma coisa para mim. Tínhamos uma decisão tomada em família onde eu não participaria mais de nenhum tipo de eleição. As coisas mudaram e abriu-se um espaço que eu possa me colocar à disposição da comunidade para me doar por ela, assim como sempre me doei à minha família. Me sinto extremamente bem preparado para assumir um desafio desta natureza.

E o que vai depender, a partir de agora, para o teu nome ser o escolhido pelo partido?Se for uma vontade do partido, os convencionais devem escolher. Mas tenho consciência de que tanto o Jarbas quanto o Telmo, tem uma relação mais íntima com o partido. O Telmo construiu o partido por 15, 20 anos com o prefeito Airton. O Jarbas, vereador de primeiro mandato, bom nome e, se houvesse uma posição de consenso interna do PDT, eu abriria mão desta indicação.

No PDT existe uma corrente e o prefeito e o Telmo pregam que a definição do candidato ocorra até o fim do ano. Concordas?Concordo. Até porque devemos ter um nome para que ele seja trabalhado como nosso candidato para, a partir de 2016, termos uma posição bem definida de quem será o representante para a continuidade do atual governo municipal.

E como vês o cenário das eleições de 2016? A política é muito dinâmica. Hoje quem aparece como adversário, amanhã, depois, poder estar como aliado. O que se vive hoje é uma grande crise política no País, que assola o cidadão diretamente. Vivemos uma situação de calamidade no Rio Grande do Sul, que chegou ao extremo de não mais conseguir cumprir o compromisso de pagar a folha salarial dos funcionários e esse perfil gestor com ênfase na política e pouco executivo, está conduzindo o processo político partidário à falência no País. O Brasil precisa, sim, de uma nova situação e de uma nova proposta de governo, que não sejam estes arranjos políticos daqueles que hoje são adversários e amanhã passam a ser aliados com o objetivo único de vencer uma eleição por si só, ou seja, defendendo um projeto de poder e não de governo. Venâncio Aires já mostrou um modelo diferente e nos últimos sete anos estamos mostrando um modelo totalmente diferente daquilo que ocorre no país. As coligações que até então eram mantidas, quando se depararam com a condição de que o foco não era mais o plano de governo e, sim, um plano de poder, o prefeito teve a coragem de desmanchar esta coligação, e esta coragem que os homens públicos tem que assumir.

O PDT quer um candidato que dê continuidade aos projetos do atual governo municipal. Qual o perfil de gestor que você como possível candidato, buscará apresentar ao eleitor?O modelo de gestão do governo Airton já provou que foi aprovado pela população que o reelegeu pra mais quatro anos. Penso que este modelo deve ser continuado e melhorado. Também penso que se eu fosse estabelecer algumas diretrizes de governo, estaria contemplando, também, um processo produtivo como um todo, de modo que as pessoas possam ter condições de geração de renda através de seus próprios meios, das suas iniciativas. Aprovo o atual modelo e eu diria que estaria melhorando ele, contando também com as pessoas, com a equipe de governo que está hoje no governo e que já têm uma ampla experiência.

Acreditas que pode faltar uma unidade no PDT?Não acredito nisso. Acredito que independente do candidato, os demais estarão arregaçando as mangas e contribuindo para que se caminhe na busca de mais um governo no município, pois o projeto é vitorioso. O que o PDT oferece à comunidade de Venâncio Aires é um projeto de governo e não de poder. Baseado nisso, temos condições de criar um processo de cooperação mútua entre todos os envolvidos na eleição, com o governo, nas ações, nas iniciativas. Como falei antes, se o partido entender e indicar um nome por consenso, eu retiro a minha candidatura. Até então a mantenho tendo em vista participar do processo com um perfil um pouco distinto, mais executivo, menos político.