Anualmente, centenas de meninas, participantes do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), preparam-se para concorrer ao título de primeira prenda, seja em nível de entidade, região ou Estado. Liliane Pappen foi uma dessas jovens. Em 1990, ‘alistou-se’ às fileiras tradicionalistas depois de assistir um fandango na comunidade Santa Rita de Cássia, no bairro Gressler. Foi lá também, onde começou sua trajetória e ‘plantou’ uma semente de um projeto que hoje ensina chimarrão para pessoas de todo o mundo.“Tínhamos a percepção de que, se nada fosse feito, talvez em 10 ou 15 anos, pouquíssimos seriam os consumidores de mate. Os jovens já não tinham o costume, se reuniam para tomar bebidas alcoólicas, nos domingos à tarde no centro da cidade”, afirma Liliane.Este idealismo rendeu frutos e logo, escolas de outros municípios souberam do projeto e passaram a solicitar as visitas. Foi aí que a ideia ganhou nome e força. A professora Rejane buscou parceiros e foi criado o projeto ‘Escola do Chimarrão’. Sem fins lucrativos, mas com grandes ideais sociais, o projeto ambicionava contribuir na formação de cidadãos mais conscientes de seu papel na comunidade, preservar valores morais e acima de tudo, fomentar o uso do chimarrão privilegiando toda a cadeia produtiva, perpetuando o hábito e seus valores.Atualmente, Liliane é presidente do Instituto Escola do Chimarrão. Moradora de Porto Alegre, acadêmica de jornalismo na Uniritter e designer do Movimento Tradicionalista Gaúcho, continua desenvolvendo atividades em prol do tradicionalismo. “Hoje, o mais lindo é encontrar grupos de adolescentes, convivendo numa roda de chimarrão”, afirma Liliane.

Foto: Rogério Bastos / Arquivo PessoalTradicionalista ensina o preparo de diversos modelos de chimarrão
Tradicionalista ensina o preparo de diversos modelos de chimarrão