A Comunidade Evangélica de Confissão Luterana de Venâncio Aires emitiu nota sobre a construção do Monumento à Bíblia. A nota foi distribuída nesta sexta-feira, 30, à imprensa. A obra, com orçamento estimado em R$ 42 mil, terá quase três metros de altura e ficará localizada na Praça Evangélica. O pastor Lair Hessel, que apresentou o documento, espera que as ponderações sejam levadas em conta pela Administração.
A obra foi oficializada na semana passada a partir de aprovação de projeto de lei do Executivo na Câmara de Vereadores. A proposição foi reivindicada pelo Conselho Municipal dos Pastores de Venâncio Aires (Compev), composto por líderes essencialmente pentecostais e neopentecostais da Capital do Chimarrão.
A medida, que é tema de manifestação constante nas redes sociais, também foi alvo de análise da diretoria da Comunidade Evangélica de Confissão Luterana de Venâncio Aires. Na nota, é citado que a construção do monumento, nos moldes propostos e aprovados, “causa estranhamento e desconforto”.
“Ninguém, absolutamente ninguém, procurou envolver a nossa comunidade neste encaminhamento e nesta obra. E isto, que a Praça Evangélica veio da Comunidade Evangélica de Confissão Luterana”, diz o texto.
Outro trecho citado é que a Bíblia, mesmo sendo o livro de todos cristãos, foi estranhamente ignorada a participação das comunidades luterana e católica, que formam os dois grupos cristãos mais expressivos da Capital Nacional do Chimarrão. “É estranho que ‘nem nós’ [luteranos] e nem os irmãos católicos tenhamos sido envolvidos, por ninguém”.
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MONUMENTO GIGANTE
Na nota também são feitas perguntas: “Precisa ser gigante [o monumento]? Com um custo também ‘gigante’? Achamos que praças existem nas cidades não para serem ocupadas com monumentos – ainda mais gigantes”. Segundo o texto, praças existem para serem ocupadas pelas crianças, em primeiro lugar, e pelo que é observado nos monumentos da Praça Evangélica, todos são discretos.
DINHEIRO PÚBLICO
O grupo também é contra o emprego do dinheiro público. “As finanças públicas – todos sabemos – já estão totalmente comprometidas. Ali ‘o cobertor é sempre curto’. Não é tarefa do setor público pagar despesas com símbolos religiosos de quem quer que seja”.
PRAÇA DA BÍBLIA
Quanto ao versículo escolhido, também se mostraram desfavoráveis. Bem como em relação à mudança do nome da praça. “Outra vez querem mudar o seu nome, para ‘Praça da Bíblia’. Não é a primeira vez. Denominada pelo povo de ‘Praça Evangélica’, outros passaram a chamá-la de ‘Praça da Bandeira’. Houve até um líder de anos passados que passou a denominá-la de Praça Henrique Mylius, porque este era o seu antepassado. Como Comunidade Evangélica de Confissão Luterana que a doou ao Município, não precisamos insistir no nome ‘evangélica’. Achamos que podemos ficar com o seu nome oficial, dado pelo Município: ‘Praça Henrique Bender’. Foi um homem digno”, indica o texto.
TERRA FM
A entrevista em áudio, com o pastor Lair Hessel, poderá ser conferida também neste sábado, 30, por volta das 9h, no Mateando com a Folha, logo após o Conversas de Fato, na Rádio Terra FM 105.1.