O prefeito Airton Artus cogita a possibilidade de “ocupar” a área localizada nos 85 hectares que pertence ao Governo do Estado, em Vila Estância Nova, começando pelo prédio do antigo Instituto Penal de Mariante, caso o Estado não cumpra o acordo de formalizar o repasse ao município. A possibilidade ousada pode não ocorrer de forma prática, mas simboliza o desejo da Administração de mover todas as forças possíveis para executar os projetos previstos para o local e fazer cumprir determinações sinalizadas por governos passados.
A manifestação ocorreu na Tribuna Livre, durante a sessão de segunda-feira, 23, na Câmara de Vereadores, depois do assistente superior do Departamento de Assuntos Municipais da Casa Civil, Nilson Lehmen ter declarando, no final de semana, que o Governo do Estado teria declinado da posição de repassar a área para o município.
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Artus quer reverter a decisão e mobilizar toda a comunidade através de uma força-tarefa para garantir a efetivação do repasse da área. Se isso acontecer, a Administração pretende viabilizar uma série de investimentos voltados ao desenvolvimentos industrial, educacional, esportivo e cultural.“Se não foi possível conseguir até agora, com todo trabalho que foi feito, nós, a comunidade de Venâncio Aires, com a participação da população de Estância Nova, vamos ocupar aquela área”, disse.
Segundo ele, caso o governo não volte atrás da decisão, ele quer o apoio da comunidade para ocupar o prédio onde funcionava o presídio semi – aberto e construir uma escola profissionalizante. “Ali vamos começar a trabalhar. Vamos levar máquinas, construir uma escola profissionalizante, junto com a comunidade de Estância Nova, voluntários e com o povo de Venâncio”.
“Essa área é fundamental para a soberania e independência do nosso município. Nós não podemos ser tratados dessa forma”.
Airton Artus Prefeito de Venâncio Aires
DETERMINAçãODe acordo com Artus o repasse é uma das contrapartidas para a implantação da Penitenciaria Estadual de Venâncio Aires. As tratativas iniciaram em governos anteriores e em uma reunião com o governador José Ivo Sartori foi confirmada a intenção de formalizar o repasse para o município. Lehmen foi encarregado por Sartori para ficar a frente do processo e solicitar toda documentação necessária ao município, mas isso não teria ocorrido.
IMBRóGLIOO principal imbróglio que envolve o caso ocorre porque não houve nenhum anuncio oficial, por parte de altos escalões do Governo do Estado, de que o processo de repasse da área foi indeferido. A única declaração sobre o assunto foi feita por Lehmen no final de semana e que foi confirmada à reportagem da Folha do Mate na edição de ontem. Segundo os vereadores José Ademar Melchior, o Zecão e Helena da Rosa, ambos do PMDB, Lehmen não se reportou ao diretório do partido sobre a decisão. O prefeito aponta que Lehmen poderia ter agido para impedir o indeferimento e sugere que houve falta de vontade política para que as tratativas tivesse êxito. Porém, Zecão acredita que tudo é apenas um mal entendido e que processo tem reversão. A Administração Municipal deve ter agenda nos próximos dias junto ao Governo do Estado para buscar uma solução ao impasse.
Lehmen será ouvido pelo LegislativoHelena defendeu Lehmen e declarou que ele está sendo injustiçado pelo que está ocorrendo. “Se o governador se comprometeu ele vai cumprir seu compromisso”. Ela sugeriu chamar Lehmen para explicar a situação na Casa. “Ele está sendo muito questionado então deve prestar esclarecimentos aqui”. Os demais vereadores concordaram com a parlamentar e devem convidá-lo a utilizar a Tribuna Livre para esclarecer sobre o assunto.
