Parece enredo de novela, no entanto o drama é vivido na realidade por uma família do Bairro Gressler. Aos 16 anos, o filho mais velho de uma safrista de 40 anos alimenta todo dia o desejo de deixar o local onde reside para tentar a sorte trabalhando em um circo que, recentemente, esteve em Venâncio Aires. O garoto promete deixar a cidade na segunda-feira e sua mãe tenta impedir.
Com um esboço de documento em mãos, o adolescente insiste para que a safrista o acompanhe até o cartório e assine uma autorização para que possa viajar sozinho. Depois de trabalhar informalmente por quatro dias no circo, auxiliando na montagem e desmontagem da estrutura e vendendo pipoca à noite, o garoto tomou gosto pela atividade e afirma que quer seguir viagem. E ele ainda revela a sua real intenção: quer ser um dos motoqueiros que fazem parte do número mais esperado e perigoso do circo, o Globo da Morte. “Eu já sei andar de moto e eles vão me ensinar o resto. Não é difícil”, diz o jovem.
Perguntei se tinha trabalho pra mim, disseram que sim e eu firmei com eles [circo]. Vou dormir numa carreta que tem beliches, televisão, DVD e um Play 2 [videogame] pra gente jogar
Adolescente que quer deixar a família para trabalhar no circo
Na quinta-feira à noite, a família estava reunida na casa simples onde mora e recebeu a reportagem da Folha do Mate para uma entrevista exclusiva. A mãe, preocupada, tentava encontrar uma forma de demover o filho da ideia de deixar a Capital Nacional do Chimarrão. O padrasto do adolescente, de 34 anos, procurava ajudar alertando que o garoto não tem experiência de vida para largar tudo e ir em busca de um sonho momentâneo. A irmã mais nova, de apenas 10 anos, ria inocentemente da situação, notadamente entusiasmada com a presença da reportagem. Nada, porém, é capaz de mudar seu pensamento.
Confira a reportagem completa no flip ou edição impressa de 07/06/2014.