Estamos num momento bastante turbulento da nossa economia, por isso precisamos ter consciência redobrada na hora do consumo, para tentar reduzir despesas”, Samuel de Conto – Cientista Econômico
Essa é uma pergunta que 96%, de 642 brasileiros, não soube responder para pesquisa divulgada nesta semana, feita pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pelo portal Meu Bolso Feliz. Esse desconhecimento, como alerta o Cientista Econômico, Samuel de Conto, pode ser um caminho fácil para o endividamento, se não houver controle. “A taxa de juros do cartão de crédito é a mais alta.”
O estudo aponta que, de 200,4 milhões de pessoas que moram no Brasil, quase 52 milhões são usuários de cartão de crédito, sendo que, em média, cada pessoa possui dois cartões. A forma de pagamento é atrativa para o usuário por, no mínimo, dois motivos: não precisar carregar dinheiro e poder parcelar contas. Contudo, quando não for usado corretamente, poderá ser uma verdadeira dor de cabeça para o consumidor. “Saiu, na semana passada, uma pesquisa que mostra que, de cada quatro famílias, três estão endividadas.”
O cenário é preocupante, pois, segundo o cientista econômico, ele é reflexo de uma cultura de gastos excessivos. “Pode parecer óbvio, mas, muitos esquecem da teoria básica das finanças pessoais: gastar menos do que se ganha.” Muitos usuários, por exemplo, ao invés de pagar a fatura completa, pagam o mínimo, podendo triplicar o valor para o próximo mês. “Isso é preocupante, pois pode se tornar uma bola de neve”, analisa.
Quando é comprado um produto à prazo, como observa o cientista econômico, o consumidor está antecipando o seu futuro. “Uma coisa que compraria lá na frente, talvez, à vista, estará comprando agora. Essa antecipação, deve ser levada em conta que estará comprometendo parte da sua renda com os pagamentos durante o período da parcela.” No entanto, segundo Conto, é esse planejamento que as pessoas, muitas vezes, não têm consciência, “pois não há controle financeiro.”
PAGAMENTO GARANTIDOPara os comerciantes, a venda através de cartões de crédito é sinônimo de garantia e segurança para o lojista. “Como o valor da venda é pago pelo banco ao lojista, é uma garantia para o empresário.” Conto ainda acrescenta que “se o comprador não pagar a fatura, ele vai ficar com a dívida perante a administradora do cartão de crédito, não com o vendedor.”
SOLUçõES ARRISCADASO ideal, como enfatiza o cientista econômico, é não ter contas a pagar. No entanto, se o consumidor estiver ‘enrolado’ financeiramente, é aconselhável trocar uma dívida alta por uma menor. “Se tenho R$ 1mil de fatura, faço um empréstimo neste valor, com juros menor”, sugere, mas ressalta “claro, a prioridade número um seria: não ter dívidas.”