As manifestações da plateia após os pronunciamento de dois vereadores da oposição, fizeram com que o presidente da Câmara, Telmo Paulo Kist (PDT) suspendesse a sessão ordinária por cinco minutos. Os manifestantes são moradores de Estância Nova e de Linha Mangueirão, que com faixas e cartazes se manifestaram contrários à construção do presídio estadual fechado em Venâncio Aires.
A primeira manifestação (aplausos) ocorreu após o pronunciamento do vereador José Ademar Melchior (PMDB). Ele colocou a sua posição contrária à obra, afirmando que houve trocas entre o Município e o Estado para que o presídio seja localizado em Estância Nova. “Venâncio Aires teve um benefício muito pequeno pela forma como foi definida a construção deste presídio”, frisou. A posição de Melchior fez com que os moradores o aplaudissem. Diante desta atitude, Kist chamou atenção do público de que a sessão ordinária da Câmara não aceita manifestação do plenário. Explicou que não é o presidente quem decide isto, e sim, o regimento interno da Casa. “Vocês vão ter que ouvir de forma silenciosa a sessão que está ocorrendo. Do contrário, paramos a sessão”, alertou Kist.
A outra manifestação se deu logo após o pronunciamento de Rudemar Glier (PMDB). “Só espero que vocês tenham a consciência de que a construção do presídio estadual fechado vai trazer presos de alta periculosidade para Venâncio Aires. Nós seremos responsáveis por eles e espero que vocês coloquem uma placa com o nome de cada um no presídio”, alfinetou. As palavras de Glier motivaram os presentes a se manifestarem novamente, o que de pronto foi coibido por Kist. Ele alertou que se houvesse mais uma manifestação, suspenderia a sessão e a evacuaria o local. “Aqui temos que ter liberdade para trabalhar. é preciso aceitar posições contrárias e favoráveis”, afirmou. Como ainda houve manifestação, o presidente suspendeu a sessão por cinco minutos e foi até a plateia onde convidou alguns manifestantes que se retirassem. Chamou a Brigada Militar que pouco tempos depois compareceu com dois soldados.
Após a suspensão, os trabalhos foram retomados e Kist pediu escusas às pessoas que estavam fazendo protesto e que não tinha nada contra isso. “Temos uma sessão para conduzir e que não pode ter manifestação. Espero que isto tenha ficado bem claro, pois o presidente pode a qualquer momento evacuar o plenário se entender que algumas pessoas não estão se comportando. Temos outros pronunciamentos importantes que precisam ser feitos, pois do contrário, eu teria encerrado a sessão”, salientou. Solicitou a todos que tivessem a tolerância com as posições contrárias e favoráveis.
Os ânimos ficaram calmos na plateia até o fim da sessão, mas esquentaram durante o restante dos debates em torno da construção do presídio. A construção pautou os debates entre os vereadores da oposição e da situação nas três últimas sessões da Câmara, e pelas manifestações na sessão da segunda-feira, ainda terão continuidade por um longo tempo.