Embora tenha se filiado somente há mais ou menos seis anos, Ana Cláudia do Amaral Teixeira tem de berço um perfil de liderança e militância. Desde criança esteve envolvida no meio político, através dos pais. Seu Alceu, taxista, foi vereador de General Câmara, município onde ela nasceu. Já Dona Teresinha, professora, foi por muitos anos secretária de Educação e Administração e até coordenou campanhas políticas naquela cidade.
Ana, desde cedo passou a liderar os espaços pelos quais passou. Praticamente em todas as turmas, em que estudou, foi líder de turma. Com cinco anos já estava alfabetizada e passou direto para a segunda série. O adiantamento também levou ela a concluir com apenas 15 anos o magistério e se mudar para Porto Alegre, onde passou a fazer cursinho para entrar na faculdade. Prestou vestibular para Comunicação Social na PUC, História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Serviço Social pela Unisinos, de São Leopoldo. Aprovada nos três, optou pelo Serviço Social. “Era uma profissão nova, que me despertou interesse e curiosidade”. Morando na capital, num primeiro momento ficou na casa de tios, depois passou a dividir um apartamento com amigas. Para pagar os estudos fez diversos estágios ao longo da faculdade, inclusive em uma clínica de saúde mental.
Aos 21 anos, quando se formou, passou a atuar na prefeitura de Sapiranga, onde permaneceu por dois anos. “Não tinha muito mercado para minha área naquela época”. Depois desta experiência, passou por um tempo desempregada, até se mudar para Arroio do Meio, em 1993. Passou na seleção da prefeitura de lá e começou a atuar na Secretaria de Saúde, onde ficou por um ano. A partir daí se inicia um ciclo de várias experiências e dificuldades. Como costumava enviar matérias sobre os trabalhos desenvolvidos, na pasta, para o jornal de Lajeado, essa ligação com o veículo de comunicação lhe rendeu um emprego quando saiu de lá. Foi contratada como repórter do jornal Informativo e redigia notícias sobre política, geral entre outras editorias. “Fui a primeira a entrevistar o Enio Bacci quando foi eleito deputado federal”, conta. Mas sem largar sua vocação como assistente social, uma vez por semana ainda atuava na Apae de Estrela, também no Vale do Taquari. Depois passou pelas prefeituras de Lajeado, Bom Retiro, Mato Leitão, Passo do Sobrado, todas atuando como assistente social. Foi entre uma experiência e outra, que conheceu seu marido, Raul Gasparotto.
Foi em 1994 que prestou concurso em Venâncio Aires para assistente social. E, em 1995, começou a atuar 20 horas semanais. Em 2001 prestou outro concurso para a prefeitura, quando completou as 40 horas. Iniciou seu trabalho na Secretaria da Saúde e junto com as profissionais Carla Wietzke, Psicóloga e Claudia Cunha, Neurologista, criaram o Centro de Atendimento em Saúde Mental (CASM) hoje Caps, com o propósito de atender pessoas com dependência química e seus familiares. Mesmo atuando aqui, ainda morava em Lajeado. Somente quando estava esperando seu filho, João Victor, em 2000, que fixou residência em Venâncio.
Neste período trabalhou à frente de diversos projetos e foi por sete anos presidente da Associação Municipal dos Servidores Públicos (Asmuva). Em 2008 recebeu convite para fazer parte do governo Airton e Giovane como secretária de Habitação e Desenvolvimento Social, posto que lhe deu ainda mais reconhecimento do seu trabalho junto à comunidade. Para o futuro Ana, hoje aos 44 anos, pretende concluiu a formação em Direito, curso que foi trancado devido a campanha eleitoral.
POLíTICA
Durante a juventude, Ana Cláudia sempre militou na política, mesmo não sendo filiada. “Não me filiei antes porque pensava que no momento que ingressasse teria que ser fiel a isso. E foi quando me identifiquei com o PDT que me filiei, há seis anos”, conta.
Foi acompanhando, especialmente a atuação do hoje prefeito, Airton Artus, que esses laços com o PDT de Venâncio lhe colocaram na política. “Considero o prefeito Airton um grande aconselhador, um espelho na política”. Assumiu como secretária em 2009 e em 2011 foi convidada a concorrer pelo partido a vereadora. Mas foi somente após o aval dos amigos, família e colegas de trabalho que aceitou o desafio que a tornou nestas eleições, a sexta vereadora mais votada, com 1.118 votos. é uma das três mulheres vereadoras que irão compor o Legislativo do próximo ano. “Na eleição, colhi os frutos do meu trabalho”. Mas uma campanha regada de surpresas que, segundo ela, me entristeceu muito. Lamentou as denúncias de compra de voto que envolveram o seu nome, o conhecido caso dos sacos de cimento, caso que foi denunciado nas última semana de campanha pela chapa de oposição, mas que foi julgado como improcedente pela Justiça Eleitoral. “ O povo provou que não é através de artimanhas que se ganha eleições. O poder econômico vai até um certo ponto, mas é necessário argumento, história”.
O que ela vai defender na tribuna
DEPENDêNCIA – pretende ampliar o debate sobre as política para a dependência química e trabalhar em prol do Centro de Tratamento de Dependentes; – REFORMA – quer trabalhar por uma reforma administrativa, no sentido de defender os interesses dos servidores públicos, inclusive propondo uma reavaliação do plano de carreira; – HABITAçãO – quer promover políticas públicas de habitação em interesse social; – ACESSIBILIDADE – quer atua para promover e garantir mais a acessibilidade no município em acessos, ruas e calçadas, de modo que seja uma campanha que envolva toda a comunidade; – MULHERES – quer promover políticas de apoio e em defesa das mulheres.