Nas bagagens, novas técnicas de plantio, sistemas econômicos de irrigação e alternativas para diversificação as lavouras de tabaco. A busca por parcerias para fomentar novas opções aos produtores rurais da região foi um dos objetivos, porém, o retorno é de avaliação e projeção das frentes de trabalho para promover novas opções de renda aos pequenos proprietários.
Organizada pelo Conselho de Desenvolvimento do Vale do Rio Pardo (Corede), Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Universidade de Santa Cruz do Sul e Cooperativa Sicredi, a missão regional em Israel encerra com a expectativa de aplicar conhecimentos adquiridos no Oriente Médio em território brasileiro. O desafio está posto, e caberá aos representantes de prefeituras, entidades e sindicatos, trabalhar as questões e fomentar o debate para a promoção da diversificação.
Na avaliação da presidente do Corede, Mariza da Motta Christoff, a proposta de realizar o intercâmbio regional foi a primeira viagem feita pelo grupo, mas destaca que a iniciativa de visualizar as tecnologias só garantirá o efeito desejado, se as alternativas forem aplicadas na agricultura familiar. “Tivemos grandes oportunidades de aprendizados em Israel, e o trabalho a partir de agora será maior, levar tudo isso para a nossa região e trabalhar para apresentar a comunidade as tecnologias e novas produções implantadas pelos israelenses.”
Associativismo para ter eficiência
Para o presidente do Sicredi Vale do Rio Pardo, Heitor Petry, a proposta de fomentar as políticas de diversificação na região, com visitas técnicas em território israelense, é fundamental para dar subsídios a políticas públicas que poderão surgir. Segundo ele, a proposta de profissionalização da área rural é um dos pilares de sucesso do setor primário em Israel.
“Sabemos que o modelo adotado pelo governo e os agricultores permite gerar competitividade e melhorias na produção. A proposta de cooperação precisa ser levada em consideração para ganhar competitividade. Já há projetos do tipo com condomínios de suínos e associações de produtores, porém ainda é pouco, será preciso ampliar este trabalho para manter um bom rendimento dos produtores,” desta. De acordo com Petry, o trabalho de rescaldo da missão é fundamental para a disseminação das técnicas aprendidas no Oriente Médio. “A partir de agora o trabalho será mais difícil. Pegar tudo que vimos aqui e construir formas de aplicar na nossa realidade é o desafio. A proposta de incentivar novas culturas agrícolas, depende do trabalho que será feito e as formas para incentivar.”
Mercado para novos produtos é um dos desafios
A união entre produtores e entidades poderá ter um novo passo. Para o Gerente de Assuntos Coorporativos da Afubra, Marco Antônio Dornelles , a proposta de diversificação depende de novas opções de mercados para os produtos implantados nas lavouras. O retorno ao Brasil terá este como um dos desafios, objetivando criar novas alternativas nas áreas plantadas, a necessidade de viabilizar a comercialização depende de um esforço conjunto.
“Novos projetos, para ter sucesso, precisam encontrar comércio para os produtos. Este é um dos desafios apontados pela a Afubra, mas precisamos cobrar medidas que possam garantir renda aos pequenos produtores.”
Dornelles salienta que a oportunidade encontrada na 19ª Feira Internacional de Agricultura, Agritech, para conhecer novos produtos, motivam a construção de políticas para fomentar a economia no campo. “As visitas nas fazendas e na Agritech são fundamentais para conhecer de perto os processos israelenses. O trabalho precisa ocorrer de forma conjunta.”