“A Mariel não é uma menina de muitas palavras, então quando ela vestiu a roupa e abriu um sorriso na frente do espelho, soube que eu tinha acertado”, essa é o relato da venâncio-
airense, Ana Luiza Zaupa, aluna do 2º semestre de Design de Moda da Univates que participou, na segunda-feira, 22, do Desfile de Moda Inclusiva realizado a partir de uma parceria estabelecida com a empresa Mercur.
Ela, juntamente com outras alunas da disciplina de Ergonomia aplicada ao Design de Moda, proporcionaram um novo momento a 16 pessoas portadoras de algum tipo de deficiência. Mas quem teve o papel fundamental nisso, foram as estudantes que materializaram os sonhos em peças de roupas. O momento foi alusivo à Semana Nacional da Pessoa com Deficiência, que ocorre desde o dia 21 e se encerra neste domingo.
Conforme a assessoria de imprensa da Univates, os pedidos de looks variaram entre fantasias de super-heróis, princesas e peças que facilitassem o dia a dia de quem enfrenta as dificuldades da própria deficiência, e mais ainda o preconceito e falta de vestuário planejado para cegos, cadeirantes e amputados, entre outras deficiências.
Segundo Ana Luiza, de 17 anos, todas as aulas da disciplina estavam relacionadas ao projeto, buscando entender cada deficiência e como a peça poderia ser aplicada de forma simples e prática para eles. “No primeiro momento eu fiquei bem assustada com a ideia, porque era um projeto grande e eu ainda não tinha muito conhecimento na área de desenho e confecção, mas com o passar do tempo e muita ajuda da professora tudo foi se encaminhando”, conta.
No primeiro encontro com a sua modelo, Ana Luiza, conheceu a história de Mariel Mallmann, de 13 anos, que é natural de Estrela, e que foi diagnosticada com deficiência intelectual moderada. “Tive a oportunidade de conhecer a Mariel, tirar as medidas e fazer algumas perguntas básicas. Não só para saber o sonho dela, mas para a conhecer um pouco mais e conseguir desenvolver algo que ela fosse amar”, destaca Ana Luiza. Após a conversa, a acadêmica conta que já havia construído uma ideia clara sobre como seria a peça que faria para Mariel. “O processo de confecção eu acabei terceirizando até por ainda não ter muita pratica com a costura, mas me encarreguei de fazer todos os detalhes de pedraria e o cinto que ela tanto amou”, explica.
Quando o palco do Teatro virou passarela foi um ‘mix’ de emoções, como descreve Ana Luiza: “Nervosismo, alegria e uma gratidão imensa em fazer parte de algo tão bonito. Depois do desfile, já no camarim, ela estava em êxtase e me abraçou agradecendo a roupa”.
