O Município também se mostra preocupado quanto à qualidade dos alimentos oferecidos à população, principalmente a carne. é por isso que o Serviço de Inspeção Municipal (SIM) – composto por quatro médicos veterinários – realiza fiscalizações nos frigoríficos para verificar a procedência das carnes e higiene dos locais.
De acordo o médico veterinário do SIM, Daniel Terra Leite, os frigoríficos municipais têm presença dos médicos veterinários que levam em consideração diferentes pontos, como a higiene do local, se há cloração de água, se a água para esterilizar as facas está na temperatura certa, se os funcionários estão com roupas adequadas, se a câmara fria está ligada e na temperatura correta e, ainda, se o espaço destinado para matar os animais já recebeu uma higienização prévia. “Porque assim a carne sai do frigorífico com o atestado de que está boa para consumo”, comenta.
No caso dos supermercados, é a Vigilância Sanitária do município que realiza a fiscalização. Contudo, quando é necessário, o Serviço de Inspeção Municipal também auxilia nesse processo, até porque a Vigilância não dispõe de médicos veterinários que possam fazer um laudo técnico. “Nesse caso é mais simples, é verificar a temperatura de armazenamento, cuidado com os prazos de validade. Mais simples que a fiscalização nos frigoríficos”, comenta. O profissional acrescenta que uma legislação de 2015 já obriga, por exemplo, as empresas a implantarem um controle de qualidade própria.
IrregularidadesOs principais problemas verificados pela equipe estão relacionados aos documentos não atualizados e entregues atrasados, além das irregularidades no processo de análises microbiológicas: “Por exemplo, quando uma linguiça tem um teor a mais de gordura, que é a formulação, então nós já autuamos a empresa”. Em casos de irregularidades, o profissional explica que o empreendimento é orientado a agir de forma correta e é autuado, o que não significa que sofre multa. No entanto, caso o mesmo problema seja verificado mais uma vez, existe a possibilidade de ser aplicada uma multa que varia conforme a situação.
Segundo ele, existem os estabelecimentos com vistorias periódicas, mas há também locais que exigem a presença de um médico veterinário, que é o caso do abate de animais. “Os locais onde são feitas fiscalizações periódicas são aqueles que não realizam abate e elas ocorrem uma vez por semana”, esclarece. Quanto às granjas e mel, as vistorias são feitas uma vez ao mês.
“Fiscalização rigorosa”, garante frigorífico
O diretor de compras do frigorífico Kroth, André Kroth, ressalta que a empresa tem dois fiscais estaduais presentes todos os dias no local. As carnes são vendidas para cerca de cem municípios do Rio Grande do Sul e, também, há dois anos, para outros locais do país. Em 2014, a empresa estava na quarta posição entre as cem maiores por faturamento e em 8ª no ranking das cem maiores empresas geradoras de Valor Adicionado Fiscal.
Na opinião dele, a fiscalização é bastante rigorosa, mas necessária, já que o frigorífico preza pela qualidade do produto fornecido.Durante o dia, oito pessoas ficam responsáveis pela realização do controle de qualidade e, à noite, mais duas. Ainda, segundo ele, existe uma lista de documentos que precisam ser preenchidos para tudo ficar de acordo com a lei. “O box, por exemplo, é lacrado e esse lacre é apenas tirado com a presença do veterinário que faz a vistoria e a liberação do abate. Isso demora em torno de 40 minutos”, complementa.
Kroth acredita que a fiscalização estadual é mais rigorosa do que a federal: “Porque eles cobram tudo, tudo mesmo. Só quem passar um dia aqui para ver”.