Antes de começar a ler a matéria, feche os olhos e imagine o mundo encantado de uma Mamãe Noela que mesmo com uma rotina corrida, permite-se dar vida a uma história de cores, luzes e tradição nesta época do ano.
Em cada detalhe, está o significado do período natalino para a costureira Marlene Diehl, de 58 anos. Uma história cultivada com carinho e mantida há anos.O apreço, ela não sabe explicar de onde surgiu, mas arrisca que tenha sido, ainda, na infância em Linha Pinheiral, interior de Santa Cruz do Sul, quando juntamente com os oito irmãos visitava as casas vizinhas para conferir as árvores de Natal. “Tinha, em especial, uma vizinha que montava uma árvore diferente e maior nesta época”, recorda. Marlene ajudou, muitas vezes, a mãe a colocar algodão na pontinha da árvore. “Naquela época não existiam muitas bolinhas, e se tinha, eram caras.”
Na residência onde mora no bairro Gressler, os vizinhos não sabem do mundo encantado que possui da porta de entrada para dentro. Lá fora, a decoração engana sobre o seu amor pelo Natal.
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Mas, tudo começou aos poucos. Há cerca de 16 anos, Marlene comprou o primeiro pinheiro: “Lembro que comprei em prestação”, relembra.Com um brilho único no olhar, a ajudante do Papai Noel, como ela mesma se descreve, começa os preparativos quando o calendário marcar um mês para o Natal e só desmonta quando chegar o dia 20 de janeiro, dia do feriado de São Sebastião Mártir.
Apesar da primeira árvore ter sido pequena, assim como a decoração, tudo mudou. Hoje, Marlene permite-se ter um mundo particular envolvendo o Natal. Em uma floresta de pinheiros (o maior com 2,6 metros) as bolinhas vermelhas são acompanhadas de pisca-piscas, topes e estrelas em dourado. No presépio, um espelho torna-se um lago para os animais. Tudo ganha mais vida e cor, assim como o sorriso de Marlene enquanto fala sobre esse grande carinho. As cadeiras, ganham capas especiais, assim como o sofás e as almofadas, os imãs de geladeira diários são deixados de lado para dar lugar aos de Natal.
A grande decoração vem se formando há anos. Afinal, segundo ela, sempre quando alguém quer presenteá-la e não sabe o que dar, indica decorações natalinas. Entre risos, ela diz: “E assim eles não precisam nem pensar muito.”
E como todos os cômodos da casa recebem algum toque referente ao Natal, as comemorações natalinas de fim de ano dos grupos que participa e da família ocorrem sempre em sua residência.
Apesar de cada detalhe ser pensado milimetricamente, Marlene afirma que começa a pensar na decoração natalina do ano seguinte assim que o Natal termina. “E, todos os anos, costuma aproveitar a decoração que possui, repondo apenas alguns piscas que queimam e o papel do presépio que acaba rasgando quando é tirado do local onde está fixado.”Uma estrutura de sustentação é montada para suportar os pinheiros e toda a decoração natalina. Além disso, Marlene reserva um espaço especial na dispensa para guardar a decoração de Natal. Os planos não param. De acordo com ela, no futuro, como se refere, a intenção é construir um espaço específico para esse material.
Apesar da bela decoração, Marlene ainda lamenta sobre não ter mais tempo para conseguir enfeitar ainda mais. “Assim passo uma semana decorando durante o período da noite”, explica.