Tatiane Meirelles tem 24 anos e é filha de Vanderlei Meirelles e Maria Adriana de Carvalho, que moram no bairro Cidade Nova, há cerca de 19 anos. Tatiane
atualmente mora em Porto Alegre, mas retorna à Venâncio todo fim de semana, junto com a companheira Olívia, a cachorrinha de estimação da jovem, de um ano. Na capital gaúcha ela cursa Medicina Veterinária na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Sua vida escolar iniciou no colégio Gaspar. Depois passou para o Monte das Tabocas, onde se formou no ensino médio. Em seguida, fez, durante um ano, curso pré-vestibular em Lajeado. E em agosto de 2011 ingressou na faculdade. “A Veterinária foi o acaso mais bonito que aconteceu na minha vida. Porque eu nunca tinha pensado em ser veterinária, não era meu sonho, nunca tinha me visto nessa área. E eu tenho uma amiga, que tinha o sonho de ser veterinária. Então, quando eu fazia o cursinho tinha em mente fazer Medicina, mas acabei não passando no vestibular, fiquei suplente numa universidade particular em Santa Catarina. E foi aí que essa minha amiga sugeriu que eu fizesse vestibular e o curso com ela. E quando saiu o listão, eu nem esperava, nem tinha contado pra minha família sobre a prova. E quando contei que tinha passado, com uma boa colocação na UFRGS, chorei muito e comemoramos bastante.”
Mas, sempre rodeada de animais, tanto na chácara da família em Vila Palanque, como pelos cachorros adotados que sempre teve em casa, hoje não tem dúvidas da escolha feita. “Ainda no primeiro semestre me apaixonei pelo curso e não tenho dúvidas de que essa é a minha profissão, a minha vida.” Atualmente, ela trabalha como bolsista no setor de diagnóstico por imagem no Hospital de Clínicas Veterinárias da UFRGS. Na área, sua atividade é focada em ecografias e raio-x das diversas espécies de animais, de silvestres a domésticos. Além disso, ela faz pesquisas e estudos de casos e científicos. A expectativa da jovem é de se formar em até dois anos. Até lá, ainda pretende realizar um estágio fora do país, provavelmente na Flórida. Depois irá se especializar em diagnóstico por imagem e pretende seguir a área acadêmica, com mestrado, para, quem sabe, dar aulas no curso de Medicina Veterinária que pode ser implantado na Unisc, em Venâncio até 2017. “Quero voltar para minha cidade, contribuir e trazer conhecimento, aprimoramento na área veterinária.”
Em meio a correria da faculdade, Tatiane não deixou de lado seu grande sonho. “Como eu idealizava participar do concurso, isso sempre foi meu sonho, minha prioridade, então tive que adaptar meu semestre, foquei nas primeiras provas na faculdade, fiz estágio no primeiro semestre, para não ficar tão carregado agora durante o concurso. E o bacana é que todos da faculdade, colegas, professores, chefes estão vivendo esse sonho comigo, compreendem muito minhas faltas e vão vir no baile de escolha.”
A Fenachim
A Fenachim entrou em sua vida aos dois anos, quando sua mãe a levou, no colo, no show do Zezé di Camargo e Luciano, em 1994. Mas sua maior lembrança é de um show de Sandy e Júnior, na 5ª Fenachim, em 1996. “Tinha uma história de que o Poliesportivo iria cair e a minha mãe conta que eu saí correndo em direção a porta vendo aquele monte de gente. E lembrar de Fenachim, sempre me faz lembrar das pessoas felizes, aquele clima bom, chegar na Festa e sentir o cheiro da pipoca, comer algodão doce, comprar balão de gás, procurar as soberanas.”
Ela ainda ressalta que as soberanas sempre foram sinônimo de inspiração para ela. “Me marca muito o trio da rainha Roberta Gerhard, pois eu tinha cerca de oito anos e já tinha a percepção de que aquilo ali não era só um título, um vestido lindo, mas muito mais, o quanto elas eram especiais, o quanto representavam. E eu sempre perguntava para meus pais: será que um dia poderei ser uma delas. E eles sempre diziam: é só acreditar. E por isso que nunca desisti e batalho com muito orgulho.”
Esta é a terceira vez que Tatiane concorre e busca ser uma soberana da Festa com o Sabor do Rio Grande. “Sofri críticas e fui alvo da opinião das pessoas por causa disso, claro que foi um pouco difícil de lidar, mas não tenho vergonha nenhuma de dizer que estou concorrendo pela terceira vez. Digo com orgulho, é meu sonho, se eu perder, pelo menos perdi tentando.” Ela destaca que hoje se sente mais preparada para conquistar o posto. “Me vejo outra Tatiane, amadureci muito, aprendi com a derrota. Sempre me cobrei muito, então reavaliava o que eu precisava melhorar e assim consegui assimilar que para participar não é só estudar para as provas, fazer um bom chimarrão, é tudo. Uma bagagem de conhecimento, aliada à vivência na Fenachim e entender o que a festa representa para as pessoas é isso que faz ser uma soberana.”
E se conquistar o título, sabe que vai ter que adiar o sonho da formatura, mais uma vez. “é inevitável deixar um pouco de lado a faculdade para se dedicar à festa. Se batalhou tanto por este sonho, então é preciso viver intensamente cada minuto.” Tatiane foi eleita em 2014 vice-embaixatriz do Chimarrão do RS, concurso realizado por uma agência de modelos, mas para buscar a coroa da Fenachim teve que abrir mão do título devido ao regulamento.