
Láááaááá…. bem no fundo do roupeiro tem alguma peça de roupa que você não usa mais, mas acredita, ainda, que vá ser útil em alguma ocasião, não é mesmo? As mulheres, geralmente, são assim. Não vendem ou desapegam pois acreditam e defendem: “Mas e seu eu precisar?”.
A verdade é de que se está no guarda-roupa por muito tempo e não usou ainda, não vai mais usar. Mas, neste último ano esse ponto de vista mudou e algumas estão, cada vez mais, optando por desapegar em grupos de brechós nas redes sociais. Mas porque isso se tornou tão comum?
Para a jovem Janice Laissmann o desapego se tornou algo para fazer o próximo feliz: “O que eu não vendo acabo doando, porque é bem melhor ver alguém feliz com uma roupa nova do que deixá-la guardada”. A partir disso, ela passou a aprender que é necessário ter apenas o básico.
De acordo com a estudante de 19 anos, é importante ver o quanto de roupa se guarda e quantas delas são sem utilidade “e que outra pessoa pode tirar bem mais proveito disso”.
Esse momento de desapego não ocorre apenas com Janice, mas com milhares de pessoas no mundo inteiro e, claro, não são comercializadas apenas roupas e calçados, mas também, objetos de decoração, móveis, brinquedos das crianças e milhares de outras coisas. é o que mostram os dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) onde empresas de artigos usados cresceram 210% em cinco anos.
Na rede social
Bem distantes da ideia antiga de brechós – com amontoados de roupas malcheirosas –, as ‘lojas’ que trabalham com peças e acessórios de ‘segunda mão’ se renovaram e apresentam um espaço em meio as tecnologias. Isso sem contar os conceitos de sustentabilidade e consumo que estão formando e incentivando.
Por isso, a comercialização da jovem ocorre em brechós criados no Facebook e também em grupos de Whatsapp. “A ideia dos briques é vender coisas o mais em conta possível, por isso o retorno em valores nem sempre é o mesmo que pagamos na loja”, explica. Quando não vende, acaba, também, trocando com outras meninas. “O que possibilita nos desfazer de uma roupa que não usamos mais e adquirir uma que iremos utilizar”, propõe.
A partir da comercialização de roupas nas redes sociais, Janice trabalha em um projeto de reunir pessoas que queiram comercializar algo e fazer uma confraternização de compra, venda e interação. “Onde cada uma é responsável pelas suas vendas e de alguma forma sempre temos retorno pois acabamos fazendo amizades.”