O talento de venâncio-airenses está ‘espalhado’ por todo o Brasil. Em dezembro, a Folha do Mate recebeu um exemplar da obra ‘Quando a poesia fala’ da moradora de Dourados, município de Mato Grosso do Sul, Odila Schwingel Lange, de 66 anos, natural de Venâncio Aires.
Crescida no interior do município, em Linha Taquari Mirim, onde ainda vivem grande parte dos familiares, Odila é filha João e Silva Schwingel (in memorian). Mãe de Aline, psicóloga, e Karine, professora de inglês, ela mora fora da Capital do Chimarrão desde 1979. No mês de dezembro, esteve na terra natal para celebrar as festas de final de ano ao lado da família. Nesta semana, quando conversou com a reportagem, mostrou o quão generosa, dedica e talentosa é através das nove obras já publicadas. Conforme ela, a paixão pela poesia, pela declamação e pelo teatro existem desde sempre. “Sempre escrevi poesia, mas só vim a publicar depois que entrei na Academia Dourada de Letras”, conta.
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Odila é advogada e professora, mestra em História, pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). No breve história apresentado no livro ‘Quando a poesia fala’, é possível lembrar que a escritora ficou conhecida no meio consumerista pela divulgação de seu poema ‘Cordel do Consumidor’ publicado pelo Ministério da Justiça, em 2002, e distribuído para o Brasil inteiro.
IdentificaçãoA venâncio-airense descreve-se como guerreira, lutadora, batalhadora, militante nas questões de gênero e direitos humanos, defensora das minorias, estudiosa do Folclore Brasileiro, além de ser preservadora das tradições gaúchas, amante da leitura, defensora da cultura para todos, declamadora, contadora de causo, “trabalho em dupla com uma amiga paraibana, difundindo a cultura gaúcha e nordestina através do desafio, um exemplo de literatura de cordel”, destaca. Ela acredita que é uma pessoa engajada na política, mas ao mesmo tempo alegre. “Enfim, sei aproveitar todos os momentos que a vida me oferece”, diz.
DesafiosOdila destaque os desafios para publicar uma obra são imensos, principalmente, em um país que não tem o hábito pela leitura. “ O escritor esperneia para escrever uma obra, na hora de publicar esbarra”, salienta. Além disso, quando se trata de recursos, passa um período elaborando projetos culturais e quando são aprovados é impedido pelo maior problema: “ O da circulação e distribuição de seus escritos. Faz uma bela festa, com seus próprios recursos,aparece em toda a mídia mas vende em média 30 livros,coloca nas livrarias que abocanham 30% e não fazem nenhum esforço para divulgar tua obra. Enfim, viver da literatura no Brasil e como tirar leite de pedra”, explica.
Obras-‘Folclore ou folclore?’ (1996)-‘Protestando’: com poemas de protestos (1998)-‘Kit Cordel’ com oito poemas educativos sobre a questão da mulher, meio ambiente, direito do consumidor e violência no trânsito (2006)-‘Mulheres’ que traz fotografias de 20 mulheres de diferentes profissões e estilos, relacionadas cada uma com um poema. (2007)-‘Rodeio de Versos’ é construído com poemas gauchescos e foi publicado com verba do Fundo Municipal para investimento à Produção Artística e Cultura. (2014)-2ª edição do ‘Folclore ou folclore?’ (2014)-‘Sicredi Centro Sul – 25 anos! Uma história de sucesso’ (2015)-‘Dourados, 80 anos! Versos, fatos & gente’-‘Quando a poesia fala’ (2016)
