As ruas de Monte Alverne, hoje, fazem parte da história de Claudio Bender, 57 anos, homem que as percorre com uma bicicleta para distribuir os jornais, os quais lhe garantem o sustento. Nas subidas e descidas do distrito, ele não encontra dificuldades para trabalhar, pois gosta do que faz. Para ele, qual a melhor profissão do mundo? é ser entregador de jornais.

A Folha do Mate também busca dar espaço para pessoas assim como Claudio, simples, trabalhador e que ganha muito com cada dia vivido. Ele tem história de vida, de luta, que sensibiliza e que, para muitos, é exemplo. 

A rotina do homem do interior, do sorriso verdadeiro e de uma simplicidade enorme, inicia cedo. Há dois anos, Claudio acorda às 4h30min para distribuir não só os jornais, mas também, para disseminar a cultura, a notícia e a informação. Cedinho, ensaca todos eles. Depois os coloca na cestinha da bicicleta, a qual lhe acompanha sempre, e dá lugar a 200 jornais.

ROTINA

Não importa se faz sol ou chuva, ele pega o ‘veículo’ de duas rodas para trabalhar e, de manhã cedo, percorre as ruas, passa pelas árvores, pelas casas, por gente. Vê o sol nascer, que em meio à natureza do interior, vai clareando tudo, os galpões, os animais, as casas. Ele não é rico, não é famoso, mas também não é pobre e nem desconhecido. Pela manhã, faz parte da rotina de muitas pessoas, pois são elas que na porta de casa aguardam ansiosas pela informação trazida por Seu ‘Bendinho’, como muitos o chamam.

Claudio gosta de trabalhar, simples assim. Anteriormente, ele fazia de tudo um pouco, conta. Há 35 anos é cobrador de assinaturas e comenta que a curiosidade de trabalhar como entregador de jornais surgiu há muito tempo. A primeira oportunidade que teve, abraçou.

PROFISSãOPara ele, não existe nenhum problema nesta profissão. Mesmo quando chove, a bicicleta o acompanha, assim como também, a capa de chuva.

Foto: Kethlin Meurer / Folha do MateHá dois anos Claudio é entregador de jornais em Monte Alverne e a cada dia gosta ainda mais do que faz
Há dois anos Claudio é entregador de jornais em Monte Alverne e a cada dia gosta ainda mais do que faz

Para Claudio, uma das maiores alegrias de trabalhar neste ramo, é poder ver e conversar todos os dias com diferentes pessoas, muitas delas, aguardando Seu ‘Bendinho’ com uma cuia de chimarrão nas mãos e um sorriso de bom dia. Com elas, ele faz uma pausa rápida para conversar, conta sobre a vida, sobre o que acontece. Deixa os jornais e segue rumo a mais outras várias residências pelas quais passa.

Conforme ele, nos primeiros dias foi mais complicado conseguir identificar em quais casas entregar os jornais, mas logo ‘tirou de letra.’

O porquê de ter escolhido esta profissão, ele explica: “Não é difícil entregar jornais, além disso, eu conheço as pessoas, converso com tanta gente e elas me tratam tão bem”. Ainda acrescenta: “As pessoas de Monte Alverne são bem legais, se caso eu atraso um pouquinho a entrega de algum jornal, elas não xingam e me entendem.”

DEVER CUMPRIDOàs 10h, tudo pronto. Jornais entregues, assuntos em dia e a alegria de dever cumprido. às vezes, quando alguns jornais que ele recebe atrasam, é preciso entregá-los à tarde. Abandonar este trabalho, Seu ‘Bendinho’ não quer. “Enquanto eu aguentar trabalhar, eu trabalho, porque gosto muito do que faço”, comenta.

Após falar com a reportagem, ele acena com a cabeça em sinal de agradecimento e, como de costume, pega a bicicleta cheia de informação e notícias, e pedala. Pedala sem parar, rumo a mais uma residência. Se tiver sorte, entre essas pedalas e outras, alguém o receberá de portas abertas, na frente da porta, esperando o jornal, com um largo sorriso. Singelo, mas verdadeiro.