Mais uma vez o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) será tema de reuniões. Na manhã de hoje as instituições de ensino superior, que integram o Consórcio de Universidades Comunitárias Gaúchas (Comung), se reúnem para debater o assunto na Univates, em Lajeado. Outro encontro vai ser realizado na quinta-feira, 19, em Brasília, com instituições de todo o Brasil. 

O reitor da Univates e presidente da Comung, Ney José Lazzari, destaca que o objetivo das reuniões é debater a atual ituação das universidades e o futuro do Fies. “Vamos continuar negociando com o Ministério da Educação (Mec), com certeza, e também ver, talvez, uma medida judicial que é cabível neste momento.”

Lazzari, observa que o governo está sem dinheiro. “Então, eles estão protelando o que dá para pagar e, como o orçamento não foi aprovado ainda, se quer conseguem pagar”. O reitor conta que o Governo Federal não quitou todo o valor referente aos financiamentos do ano passado e até ontem a instituição não recebeu nada deste ano.

FUTURO FIES

Uma realidade já divulgada pela imprensa brasileira, é que os critérios para conseguir o financiamento estudantil devem ficar mais rigorosos. “Para o segundo semestre, o Fies vai ficar ainda mais criterioso. Quem tinha, digamos, está absolutamente garantido, mas Fies novo vai ficar cada vez mais difícil conseguir, até porque não tem dinheiro.”

Lazzari destaca que o valor destinado para pagar o Fies vem de fundos relacionados ao Pré-Sal. Com a desvalorização do petróleo, ele observa que o Governo deve procurar outras fontes para manter o financiamento. “O petróleo, a nível internacional, estava sendo cotado entre 100 e 120 dólares o barril, até um ano atrás. Hoje, o barril do petróleo não tá nem a 50 dólares. Menos de 50 dólares o Pré-Sal não é viável.”

INSTITUIçõES

Mais de 30% dos alunos da Univates possuem contrato com o Fies. Destes, conforme Lazzari, 15%, o que equivale a 3 mil, ainda não conseguiram realizar o aditamento. “Para o caixa da instituição, esse número representa muito mais, uma vez que esses alunos fazem mais disciplinas.”

A Unisc, que aproximadamente 50% dos alunos possuem financiamento, não divulgou números de quantos acadêmicos não conseguiram realizar aditamento. Os estudantes que ainda não renovaram ou fizeram contratos com o Fies têm até o dia 30 de abril.