Com o desejo de prosperar na área rural, seja como engenheiro agrônomo, veterinário ou mesmo empreendedor, Rodrigo Daniel Martins, de 17 anos, agarrou a oportunidade e agora é um dos 20 jovens aprendizes do Programa de Aprendizagem Profissional Rural, do Instituto Crescer Legal, desenvolvido na Escola Municipal de Ensino Fundamental Coronel Thomaz Pereira, em Linha Taquari Mirim.
No curso ‘Empreendedorismo em Agricultura Polivalente – Gestão Rural’, Rodrigo quer aprender coisas novas, para poder aplicar na propriedade dos pais, em Linha Mangueirão, onde a mãe, Loiva Leissmann Martins, com o auxílio de peões cultivam tabaco. O pai, Sérgio Tadeu Martins, por sua vez, é servidor público. “Esse curso só me faz aumentar a vontade de seguir na área da agricultura, agregando novas culturas. é ele que me dá suporte para aplicar novas técnicas, adquirir mais conhecimento”, conta o jovem, que estuda na Escola Estadual Mariante. A mãe, orgulhosa, enfatiza que ter ele no curso “é uma forma de despertar o interesse para que siga no meio rural. A rotina é intensa, o dia todo fora de casa, mas é um esforço que vale a pena, pois só acrescenta o conhecimento dele. Ele gosta e nós o incentivamos.”
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O curso é desenvolvido diariamente durante quatro horas, de segunda a sexta-feira, totalizando 920 horas, ao final de 11 meses. Os 20 alunos, de 14 a 17 anos, são oriundos de diversas localidades, sendo, estudantes do ensino regular no turno da manhã nas escolas Adelina Konzen, Mariante e Coronel Thomaz Pereira. Os adolescentes possuem contratos como jovens aprendizes e recebem salário proporcional a 20 horas semanais (meio salário mínimo), além de certificação e demais direitos de acordo com a Lei de Aprendizagem. Em Venâncio, são quatro empresas associadas que mantêm contratos com os jovens aprendizes: Alliance One Brasil, China Brasil Tabacos, CTA – Continental Tobaccos Alliance e Tabacos Novo Horizonte.
No curso em Taquari Mirim, iniciado no dia 15 de agosto, de acordo com a educadora referência, Ana Paula Justen, os estudantes já desenvolveram algumas atividades de pesquisa de identidade e da família, sobre as propriedades, e tão logo iniciarão as pesquisas da comunidade e visitas pedagógicas onde terão experiências com gestão rural. No início das atividades também criaram uma cápsula do tempo, a qual conta com os anseios e expectativas dos jovens com o curso. Lacrada, a caixa será aberta ao término do projeto.
Por um futuro promissor no campo
Durante a apresentação do projeto e estudantes à autoridades, pais e comunidade em geral, na tarde desta quinta-feira,9, os jovens receberam seus crachás, além de material didático. Na ocasião, o diretor-presidente do Instituto, Iro Schünke, de mãos dadas com os jovens exigiu comprometimento. Juntos, afirmaram: “Sim, nós podemos”. Schünke, idealizador do programa, emocionado, relembrou da infância, que foi no interior, em meio a agricultura. “Nasci em meio a uma lavoura de fumo, para ir a escola caminhava cerca de três quilômetros, no inverno e verão, e aos 12 anos tive que parar de estudar. Mas cerca de um ano depois pude voltar aos estudos. Mas, o que quero dizer com isso é que mesmo com as maiores dificuldades, nunca se deve desistir. Temos que nos virar, é preciso enfrentar os desafios, sempre olhar para a solução e nunca para o problema. Tudo depende somente de nós mesmos”, salientou. Ele ainda destacou o papel dos pais. “Vocês terem permitido que os filhos participem desse curso, foi uma decisão louvável. Pois o fundamental para as crianças é jovens é o estudo adquirido na escola, pois a educação, os valores vem de casa.”
Além de oportunizar aprendizado e desenvolvimento para a gestão, o curso tem o objetivo de atingir jovens afastados da escola. E foi assim que Rafael Henrique da Fonseca, 17 anos, retornou a sala de aula depois de dois anos. “Quando me foi comentado do curso vi a oportunidade de buscar mais conhecimento. Mas como era necessário ser estudante, então recebi o incentivo dos meus pais, professores para que completasse o ensino médio e em paralelo fazer o curso para adquirir ideias inovadoras, possíveis de serem aplicados na nossa propriedade”. Conta ele, que estuda junto com o irmão Daniel no 1º ano do Ensino Médio na Escola Adelina Konzen.
Presente no evento, o prefeito de Venâncio, Airton Artus, destacou a importância do projeto na vida dos jovens. “Esse projeto vai fazer ‘escola’. Ele é desenvolvido justamente em um momento da vida dos jovens do interior em que não podem trabalhar ainda devido a lei, mas que querem traçar caminhos, pensar no futuro, e o projeto vem preencher esse vácuo, ele vem para nortear, ser uma base e ser um sinalizador na livre escolha do destino.”A consultora e associada fundadora do Instituto, Ana Paula Motta Costa, o curso é “um local de encontro de diferentes propósitos. é uma uma forma de fortalecer as escolhas dos jovens, dando a oportunidade para construírem possibilidades de escolha.”
Jovens aprendizes
Adilson de Souza MartinsAlessandra Taís de BritoAnderson Luis Foltz PereiraBeatriz Inês RodriguesBrenda da Luz da RosaBruno Eduardo de GrodtDaniel de Oliveira da RosaDaniel Irineu da FonsecaDaniel Nunes CavalheiroDouglas Silveira Lacerda Fernando HickmannKethleen Dienifer de Souza da RosaLucas Leonardo PereiraMaiara Danielle RohloffMicaela Fátima ReginattoPaola da Silva da LuzRafael Henrique da Fonseca Rodrigo Daniel MartinsRonan Guimarães da SilvaWesley Luis Gomes
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