O 190, serviço de urgência da Brigada Militar, é um número exclusivo para ocorrências policiais e casos graves. Porém, no primeiro semestre deste ano, o número de chamadas indevidas, como trotes, pedidos de informações e ligação muda passam da metade das ligações atendidas.Das 364.827 ligações registradas este ano nos quartéis da Brigada Militar, 2% são trotes, 25% pedidos de informação e 26% telefone mudo. Chamadas como essas aumentam o tempo de espera para pessoas que realmente necessitam de atendimento.

O major Leandro Estabel Jung, chefe da Divisão de Estatística Criminal da Secretaria da Segurança Pública, alerta para o problema. “Às vezes, as pessoas não têm chance de ligar mais uma vez devido a situação que se encontram e justamente naquele momento a linha está congestionada por alguém que está realizando uma ligação desnecessária”, diz. O registro de trotes é mais frequente no horário de saída escolar e no período de férias.
Outro problema recorrente são os pedidos de informação, como solicitações sobre itinerários de ônibus, localização de órgãos públicos e hospitais. Nos casos de telefone mudo, as causas podem ser variadas, como uma ligação de emergência do celular, acionada sem o usuário perceber.
Os 47% das ligações que viram ocorrência são averiguação de local suspeito, perturbação do sossêgo (classificadas como não-criminais) e ameaça (classificada como crime não-violento). Dentre as consideradas como criminais, inclui-se lesão corporal, roubo a pedestre e acidente de trânsito com lesão culposa.
Na BM de Venâncio Aires, segundo informações dos atendentes, o número de ligações indevidas chega a 45% do total. Há um sistema que mostra a origem de todas as ligações recebidas.