O Brasil registra hoje a passagem do Dia Nacional do Teatro. Apesar de não haver registro histórico para sua origem, a data pode nos trazer reflexões sobre qual a real valorização dada a arte cênica. Na região, existem espaços adequados? E o que nos falta?
Essas foram algumas questões levantadas junto a três venâncio-airenses envolvidos diretamente com o teatro. A reportagem quis saber como eles, no papel de protagonistas desta arte, veem a valorização ou não, dada ao teatro no momento, avanços e demandas ainda necessárias.
Os envolvidos neste debate e convidados a opinar foram o ator e diretor na “Doutores P”, Geison Aquino; a atriz Vanessa Schuh do grupo de teatro “(Ins)Pirados” e o ator Sérgio Rosa, que tem circulado o Rio Grande do Sul, com o personagem “Papelito”.
Estrutura e valorização
Em termos de ambientes, o trio concorda que o teatro possibilita diferentes cenários. Para Geison Aquino, é uma arte presente em toda parte, seja rua, palco, escola ou hospital. “Não existe fronteiras nem barreiras para que o espetáculo possa acontecer”, reforça o ator.
Na visão de Vanessa Schuh, grande parte dos municípios na região tem espaços para o teatro. “Trabalho muito com escolas e posso dizer que já estive em todos os municípios da nossa região”, frisa. Porém, Aquino lamenta que Venâncio não possua um espaço adequado para realização dos espetáculos.
“Muitas pessoas acham que é apenas ter um palco e está ótimo, quando na verdade existem milhares de outras questões técnicas que infelizmente não podem ser supridas na cidade pela falta do espaço ideal. A cidade perde com isso, os artistas perdem com isso, a sociedade perde.”
Sérgio Rosa, concorda, ao salientar que o município carece de um ambiente público para as apresentações. “As vezes viajo com minha peça por cidades bem menores que Venâncio e encontro espaços públicos de uma ótima qualidade. E me questiono… Por que Venâncio não tem um espaço assim?”
Em termos de valorização, o trio de atores entende também que são raros os locais e instituições que buscam avanços para o teatro. Geison Aquino salienta e reconhece como apoiadores o Sesc, que fomenta e gera a circulação dos grupos pelo Brasil, assim como elogia escolas e colegas do teatro que mantém vivo o trabalho de forma independente.
Para Vanessa Schuh, a arte cênica precisa ser vista como parte importante da educação e da cultura. “Pois ele tem muito a acrescentar na vida das pessoas”, diz a atriz. “Da pra contar nos dedos as peças teatrais da região dos vales que estão em cartaz rodando”, complementa Sérgio Rosa, que ve pouco incento a esta área.
A reportagem completa você confere na edição impressa do jornal Folha do Mate desta sexta-feira, 19.