Passos seguidosé 2016 e Duca Leindecker escreve seu nome como um sucessor legítimo de Humberto Gessinger – com quem, coincidência ou não, formou por algumas temporadas o duo Pouca Vogal. Após o esfacelamento, por vias trágicas, de seu Cidadão Quem, ele repete os passos do velho comparsa, ao encerrar a saga da banda que o consagrou para se lançar numa incursão solo. Os sinais inevitáveis do tempo também se apresentam a ambos de forma muito similar: o lado pulsante e rebento ficou de lado, em detrimento de um som de ritmo cadenciado, que privilegia a melodia e a introspecção nas letras. Como Humberto com os Engenheiros do Hawaii, o cidadão Duca de nossos dias pouco lembra, musicalmente, quem ele era em tempos idos.
Saudosa eraQuem viu não esquece a passagem do Cidadão Quem por Venâncio Aires em meados dos anos 1990. O show, na Sova, ainda era da formação que contava com os saudosos Luciano Leindecker e Cau Hefner. Duca Leindecker era tido como um guitarrista prodígio e virtuoso e, vamos e venhamos, era a mente pensante por trás de um som muito mais inovador e deleitoso do que nos dias de hoje. Há quem compare nuances da música do grupo naqueles tempos com ninguém menos do que o Van Halen. Abandonar esta vertente para gravar baladas insossas – travestidas de graciosas –, vide Pinhal, não foi a mais feliz das decisões.
ServiçoDUCA LEINDECKER EM VENâNCIO AIRESSábado, 25 de junho, 23h30minLife Music Hall (rua Júlio de Castilhos)Ingressos (pista): R$ 25 a 35, com antecipados nas Lojas Fape
Sem acanhamentoHá tempos que não se ouvia falar de um tributo específico a um só artista aqui na capital do arroio Castelhano. E se havia dúvidas de que este acanhado recanto do Brasil comportaria uma banda cover do gênero, as mesmas vão sendo dirimidas noite a noite pela Wild Bon Jovi Cover. O quinteto formado por Marlon Rocha, Júlio Scheeren, Rafael Leonhardt, Dionatan “Jonny” Veturazi e Eduardo Jungblut se apresentou na semana passada no London 1158, com um repertório coeso e um time entrosado. Uma peça sonora bela e aprazível como a sinfonia de um bem acertado propulsor boxer a ar.
Três acordes# Boa notícia no sub-solo: o vindouro dia 9 de julho será dia de Matinê Sonora. Uma tarde de puro peso e psicodelia com a avassaladora batida da Mastodonte e a lisergia da Quarto ácido. # O grupo em questão é um trio instrumental formado em Panambi, com boas passagens por festivais celebrados do meio underground como Morrostock, FestMalta e Pira Rural. # Para não incomodar os vizinhos, a função começa às 18h, com ingressos por R$ 15. O ponto de encontro será a esquina das ruas 15 de Novembro e Tiradentes, no Primo’s Pub Bar – vulgo Bar do Gordo ou Casarão de la Musiquée.