é hora de ir às compras. Todos os anos, comprar material escolar para os filhos requer uma pesquisa de preço, dinheiro no bolso e negociações com a garotada. Afinal, a cada ano, os preços aumentam e, as crianças, não abrem mão do caderno com capa do personagem favorito.
Além de se adiantar nas compras, a mãe Fabiana Schwengber levou a pequena Julia, de 6 anos e Alice de 12, para comprar o material necessário na manhã de ontem. Sem realizar pesquisa de preço antes da compra, Fabiana conta que resolveu ir logo a uma gráfica, local que teria todos os materiais que estavam na lista.
Mas, segundo ela, antes de adquirir os novos produtos, as filhas foram orientadas a ver o que poderia ser reaproveitar do ano anterior. Na cesta de Julia e Alice, apenas o necessário.
Afinal, a mãe tenta realizar, sempre, uma negociação com as filhas na hora da compra e orienta a mais velha: “Pode pegar o que achar necessário, mas antes de passarmos no caixa, vamos ver o que é realmente necessário para o ano”. Já as mochilas, são trocadas a cada dois anos, assim como os estojos.
Já a estudante do 3º ano do ensino médio, Carla Almeida, 17 anos, resolveu limitar um valor para a compra do material escolar. Como está concluindo os estudos, ela afirma que precisa apenas de caderno e algumas canetas. “Não quero gastar mais de R$ 100”, garante. Na opinião de Carla, os produtos estão mais caros em relação ao ano anterior. “Por isso, vou deixar para comprar um pouco das coisas neste mês e em fevereiro o restante”, observa.
Tem desconto?O famoso ‘descontinho’ não fica de fora nessa hora, apesar de grande parte dos produtos expostos nas prateleiras já estarem com placas de 10% de desconto ou os estabelecimentos já concederem um desconto automático no final das compras à vista.
A gerente de uma loja de bazar há oito anos, Arlete Cristiane Anschau Heissler, conta que os preços neste ano estão semelhantes ao ano anterior e que os produtos que mais tiveram aumento foram aqueles dos novos personagens, como, Frozen.
Para o gerente de uma gráfica local, Jair Becker, alguns pais sempre adotam o antigo método da pesquisa. Conforme ele, o reajuste no valor dos materiais escolares está variando de um estabelecimento para o outro. “Aqueles que compraram antes do aumento do dólar não repassaram todo o valor”, conta. Conforme ele, a variação de aumento está entre 8% a 10%. “Aqueles que compram antecipadamente, além de encontrarem uma variedade maior, encontram também um preço inferior”, enfatiza.
Na lista dos mais procurados pelas meninas estão Barbie, Frozen e Jolie. Já para os meninos Star Wars, Homem Aranha, Transformers e Bob Esponja. Os valores variam, por exemplo, cadernos sem aspiral de 96 folhas podem custar de R$ 5,95 até R$ 15,95. Já os com aspiral vão de menos de R$ 10 até mais de R$ 25. O que também varia de preço são os lápis de colorir. Uma caixa com 12 cores da Faber-Castell custa R$ 9,99 e da Multicolor R$ 5, 99.
“Alta do dólar elevou preços”, diz economistaDe acordo com o economista, Silvio Arent, a elevação foi de 10% referente ao ano anterior, isso devido ao aumento do dólar. “Boa parte dos produtos tem relação com o exterior de alguma forma. Se não é importado inteiro, alguma parte é importada, então sempre que o dólar aumenta acaba impactando, alguns um pouco mais outros menos”, explica.
Conforme Arent, os pais devem deixar as crianças em casa na hora da compra do material escolar, pois eles sempre vão optar por aqueles que tenham estampados seus personagens favoritos. “é mais vantagem comprar um produto sem marca”, salienta. De acordo com ele, a variação dos preços nos produtos com e sem marca está relacionada com os royalties que é cobrado sobre os produtos de marca.
Negociar também é um bom caminho. Silvio explica que caso os pais comprem ‘toda a lista’ em apenas um estabelecimento é necessário negociar o valor final da compra e pedir um desconto.