Um estudo sobre a situação de transporte coletivo no estado foi divulgado na quinta-feira pelo Tribunal de Contas. De acordo com a pesquisa, aplicada de setembro a novembro de 2014, dentre os municípios com população entre 50 e 100 mil habitantes, Venâncio Aires lidera o ranking e apresenta o maior valor de tarifa de ônibus urbano, R$ 2,90. De todas as cidades gaúchas, a Capital Nacional do Chimarrão ocupa o terceiro lugar e perde apenas para Porto Alegre, R$ 3,25, e Viamão, R$ 2,95.

Foto: álvaro Pegoraro / Folha do MateAtualmente, a tarifa de ônibus na Capital Nacional do Chimarrão é R$ 2,90
Atualmente, a tarifa de ônibus na Capital Nacional do Chimarrão é R$ 2,90

O alto valor tarifário é decorrente de uma série de fatores, desde custos fixos, como o salário dos motoristas, até custos variáveis, como a vida útil dos pneus. A diminuição do número de pessoas que circulam com transportes urbanos também é um dos principais itens que contribuem para o aumento das passagens. Atualmente, circulam nos ônibus, em média, por mês, 59.506 mil passageiros em Venâncio Aires. De acordo com Adalberto Hamester, proprietário da Chimatur, empresa de transportes coletivos de Venâncio, desde 2008, a quantidade de passageiros reduziu 40%. Para ele, existem algumas explicações: “O Governo Federal oferece muita facilidade para o transporte individual e também facilita a aquisição de veículos e moto.” Além disso, segundo o proprietário, outra contribuição, é a redução do tempo das safras de empresas de tabaco: “Devido a essa diminuição, as pessoas se deslocam para outras cidades para poderem trabalhar em outros locais.”

FATORES AVALIADOS

Conforme Adalberto, a cidade já possuía uma das tarifas mais baratas do estado. “Se nós formos analisar o índice de passageiros transportados em relação às outras cidades, nós, em Venâncio, temos um dos valores de passagem mais baratos”, explica. Desde o fim do ano passado, a mesma passou a custar R$ 2,90, antes, era R$ 2,70. Para o empresário, o cálculo da tarifa é bastante complexo, pois são avaliados todos os insumos da empresa e também o número de passageiros por quilômetro rodado. “Nós apresentamos ao poder público municipal a planilha que é feita anualmente, ele analisa e concede o valor do reajuste da passagem”, explica. Ele acrescenta que, em 2008, a empresa transportava 5% de gratuidades (idosos e deficientes) e hoje chega a 15%, o que também interfere no preço da tarifa. Entre os maiores custos para a empresa, estão o combustível, mão de obra e renovação da frota.Adalberto ressalta que existem poucas reclamações dos passageiros quanto ao valor das passagens, porque 75% dos mesmos trabalham em empresas que se encarregam de comprá-las. “O usuário apenas paga 6% da folha de pagamento dele para um número determinado de passagens e é isso o que faz não ficar tão caro”, acrescenta.

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