
O inverno tem início neste domingo, às 13h38min. Hora de tirar dos guarda-roupas os casacos quentinhos, cachecóis e todos os acessórios necessários para os dias frios. Em Monte Alverne, terceiro distrito de Santa Cruz do Sul, o fogão a lenha e um bom mate quente tornaram-se indispensáveis nesses dias.
Na casa de Wilma Koelzenberg, 71 anos, e da mãe Anita Meurer, 94 anos, alternativas para os dias frios não faltam. Mesmo aposentadas, as duas acordam cedinho para aproveitarem ainda mais o dia. Geada, cerração e o friozinho da manhã não impedem as duas senhoras de levantarem cedo. às 7h30min, inicia parte da rotina típica de quem vive no interior e cultiva tradições. Lenhas cortadas, prontas para serem queimadas no fogão, conseguem aquecer o ambiente. Em meio a isso, mãe e filha conversam, cultivam ainda mais o amor entre elas. Falam sobre a vida, sobre as pessoas. O mate quente não pode faltar. Torna-se companhia diária e também ‘membro’ da família, já que o hábito da bebida é de muitos anos. é ele que está nas rodas de chimarrão quando surgem visitas. Esquenta ainda mais os corações das duas senhoras amantes do interior.Fazer crochê, também virou hábito. Nas mãos delicadas, Anita segura firme a agulha e a linha. Olha com atenção para a obra de arte, para que nada fique errado. A filha Wilma, com calma, auxilia, segura as mãos da mãe, e, juntas, obtêm o resultado esperado no trabalho.
INDISPENSáVELAnita não cobra pelos crochês que faz, apenas presenteia as pessoas as quais quer bem. Em momentos como este, ainda mais quando frios, o fogão a lenha não pode faltar. No inverno, por exemplo, Wilma prefere ficar em casa no ambiente gostoso e quente. Assim, ela ajuda e cuida da mãe, a qual agradece, com um olhar, todo o carinho que recebe.Para as duas, não importa se precisam ficar na cozinha para se aquecerem. Elas apenas não abrem mão de ficarem pertinho do fogão a lenha.Costume como este, também faz parte da vida da filha de Wilma, Miriam Koelzenberg Mohr, técnica de enfermagem, 32 anos, e da neta, a pequena Amanda Luiza Mohr, 9 anos. Em casa, o item é indispensável. “Eu uso o ar condicionado, por exemplo, apenas para o verão. No inverno, não troco o fogão por nada”, comenta Miriam.
ENCONTROS

As mulheres das quatro gerações se reúnem todos os dias à tarde. O mate passa de mão em mão, risadas viram rotina e a admiração pelos crochês de Anita cresce a cada dia. Além dessa bebida, para se esquentar, Miriam revela mais um segredo: “Um bom vinho à noite, quando fica ainda mais frio, não pode faltar de vez em quando.” Miriam conta que o sonho dela sempre foi diferente comparado ao de muitas pessoas. Não era comprar um carro, uma moto, tampouco ganhar na loteria. Ela queria um fogão a lenha. Quando mudou-se, pôde realizar o sonho. Na cozinha, o mesmo é utilizado todas as noites quando faz frio. Já na casa de Anita e Wilma, além de aquecer o espaço, esquenta a água para o chimarrão de cada dia e também para fazer chás. Juntas, as quatro acomodam-se na cozinha da casa de Miriam, como de costume. Anita com a sua obra de arte na mão e Wilma segura a linha para a mãe. Com a chaleira na mão, Miriam enche de água o mate nas mãos da pequena Amanda. No ambiente aconchegante, e na companhia do fogão a lenha, todas elas fazem uma pausa para dedicarem-se umas às outras, todos os dias. é desta forma que chega ao fim, para elas, mais um dia frio, no interior de Santa Cruz do Sul.
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