Quatro anos e três meses depois de apresentarem um Plano de Controle de Inundações do Arroio Castelhano e de Macrodrenagem para Venâncio Aires, professores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) retornaram ao município, na tarde de ontem, para abordar o tema.
A convite do Instituto de Sustentabilidade e Resiliência (ISR) e dentro da programação da Semana Municipal da Água, eles explanaram sobre a possibilidade de um estudo hídrico. “A ideia é retomar uma coisa que já deveria ter sido feita”, destaca o presidente do ISR, Volnei Alves Corrêa, ao lembrar que a proposta apresentada em 2014 não saiu do papel.
“O plano pode dar um norte e indicar o que pode ser feito. É uma consultoria, com a ideia de mostrar possibilidades de reduzir danos”, explica o professor Joel Avruch Goldenfum, do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFRGS, pós-doutor em Drenagem Urbana.
Um dos exemplos utilizados por ele e pelo doutor André Luiz Lopes da Silveira, também integrantes do IPH, foi o plano de macrodrenagem realizado para o município de Tubarão, em Santa Catarina. Com o envolvimento de quatro professores da universidade e 12 estudantes de graduação, mestrado e doutorado, o estudo foi realizado ao longo de 36 meses. “A partir do plano, é possível elaborar planos executivos e captar recursos para realizar as adequações necessárias, com medidas estruturais e não estruturais”, comenta Goldenfum.
Queremos oferecer conhecimento para que o município possa lidar com os problemas e as riquezas do Castelhano.”
André Luiz Lopes da Silveira
Professor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS
A ideia proposta pelos docentes para Venâncio Aires é de um único estudo que abarque a questão das inundações – problema que afeta áreas e residências próximas ao Arroio Castelhano – e, ao mesmo tempo, da macrodrenagem, para solucionar alagamentos em outros pontos da cidade, causados pela dificuldade de vasão da água. O valor do plano, que abrange desde o diagnóstico da situação até indicação de formas de solucionar as demandas, é estimado entre R$ 800 mil e R$ 1 milhão, para 24 meses.
Apesar de os profissionais da UFRGS terem apresentado a proposta, não há definição sobre a contratação do estudo para Venâncio Aires. Por conta de outro compromisso oficial, a prefeita em Exercício, Sandra Wagner, não participou do encontro, nem o secretário municipal de Meio Ambiente, Clóvis Schwertner, que está em férias. Em torno de 15 pessoas, entre servidores da pasta, representantes da comunidade e do Conselho Municipal de Meio Ambiente assistiram à explanação, realizada na sala de reuniões da Prefeitura.