A Secretaria Municipal da Agricultura e Emater-RS/Ascar estão fomentando o plantio de nozes como opção aos produtores que desejam a diversificação no meio rural. Nesta semana, uma excursão com 12 produtores locais e quatro técnicos dos dois órgãos buscou especialização sobre o tema em capacitação organizada pela agroindústria Viveiros Pitol, no município de Anta Gorda, reunindo cerca de 350 pessoas de todo o Estado. A cultura tem ganho espaço no município, já que Venâncio Aires possui hoje cerca de 18 hectares cultivados de nogueiras e nove produtores que já se dedicam ao plantio visando a comercialização.
A tarde de campo em Anta Gorda contou com palestradas ministradas por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), União das Sociedades Filantrópicas de Apoio e Assistência Social do Paraná (Unisof-PR) e Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária da Argentina. As explanações tiveram como foco o uso de solo, fertilização, manejo, poda, tratamentos finossanitários do pomar e irrigação, com demonstrações de podas e manejo do solo.
Conforme um dos técnicos da Emater-RS/Ascar que acompanharam o encontro, Luís Antônio Marmitt, a nogueira se caracteriza por ser uma planta que cresce lentamente. Seu fruto possui uma casca lenhosa e amêndoa saborosa, podendo ser consumidas frescas e em grande variedade de pratos, como bolos, tortas entre outros, sendo um alimento rico em minerais e vitaminas. No Brasil, o total de área plantada das nogueiras chega hoje a cerca de 10 mil hectares, dos quais cerca de um terço são cultivados há aproximadamente 30 ou 40 anos.
O início da produção da noz se dá a partir do terceiro ou quarto. Marmitt estima que, em 10 anos, seja possível alcançar produtividade de até 60 quilos por árvore, índice que pode ser dobrado quando a planta atinge os 15 anos. Conforme o técnico, o espaçamento mais utilizado para as árvores é de 10 metros por 10 metros, o que permite o plantio de até 100 árvores por hectare. Este espaçamento, no entanto, está sendo revisto, podendo ser ampliado devido ao desenvolvimento das nogueiras e pela longevidade das árvores, que podem ultrapassar 100 anos de vida.
